São Paulo, quinta-feira, 01 de setembro de 2005

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CIDADE PACÍFICA

Construídos por nativos e não-nativos, troncos têm figuras de animais e guardam o estilo do artista

Olhando de baixo para cima, totens escondem histórias

EM VANCOUVER

Se você vir um totem de relance, deixará passar as melhores partes. Observar o tronco de madeira em cedro sem saber que há uma lenda não tem graça. É preciso olhar de baixo até o topo -e não o contrário- para perceber que há uma história sendo desenvolvida naquele tronco e que há um simbolismo escondido. Nem sempre dá para saber o que está por trás, a não ser que o escultor tenha contado ou deixado por escrito o que aquilo tudo significa.
Não é raro ver animais: um sapo, uma baleia, um lobo, um homem, uma serpente, uma águia, um castor. Algumas histórias contam a transformação de um homem em animal ou vice-versa, outras são simples lendas.
As esculturas hoje são feitas tanto por povos nativos da costa noroeste do Pacífico (Província da Colúmbia Britânica, no Canadá, e sul do Alasca, nos EUA) quanto por não-nativos autorizados.
Foram descobertas pelos exploradores europeus no século 18 e, para eles, as colunas não faziam o menor sentido. Tanto que o capitão James Cook, em 1778, quando os viu na costa da Colúmbia Britânica, os descreveu no seu diário, "Uma Viagem pelo Oceano Pacífico", como "figuras verdadeiramente monstruosas" e "nada mais do que troncos de grandes árvores". Ele errou.
Como um quadro, quem entende de totem saberá qual o artista que o esculpiu e a qual família ou clã ele pertence. No passado, ele servia para homenagear um membro da família morto, para mostrar as conquistas de uma pessoa durante a vida e para registrar um encontro com uma criatura sobrenatural.
No Canadá, um dos totens mais visitados fica em Vancouver, no Stanley Park. O MOA, Museu de Antropologia da Universidade da Colúmbia Britânica (www.moa.ubc.ca), também é outro lugar com totens e com importante coleção de objetos dos primeiros nativos da Colúmbia Britânica, que ficou um pouco perdida no final do século 19, voltando a ter importância nos anos 1960. O ingresso custa CA$ 9 (R$ 18), e o museu abre de quarta a domingo, das 11h às 17h, e às terças, das 11h às 21h. (MARGARETE MAGALHÃES)


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