São Paulo, quinta-feira, 01 de setembro de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CIDADE PACÍFICA

Em parque, turista anda em ponte a 30 m do chão
Caminhada sobre árvores dispensa equipamento

EM VANCOUVER

No meio de uma floresta temperada, no parque Capilano Suspension Bridge, a dez minutos do centro de Vancouver, o visitante descobre dotes cinematográficos.
Encarna o papel de Indiana Jones num primeiro momento ao cruzar uma ponte suspensa de 137 metros de comprimento sobre um cânion de 70 m de altura, que o levará para o outro lado do parque. Mais adiante, enquanto um guia fala sobre a floresta canadense e as árvores do parque, tem-se a impressão de que um dos ewoks -animais peludos de "O Retorno dos Jedi"-passarão a bordo de seus veículos motorizados.
Agora é a hora de Tico e Teco assumirem seus postos. O turista fará um arvorismo, mas bem diferente daquele em que sofre, tem de usar equipamento de segurança, andar por pontes de cordas, subir teias ou passar de um tronco para o outro, achando que não vai conseguir. A aventura canadense é do tipo contemplativa, sem segredos, sem equipamento e para qualquer idade.

Treetops
O visitante caminha por 200 metros a cerca de 30 metros do chão, na altura do tronco de espécies de pinheiro (chamadas Douglas), de 40 metros a 60 metros de altura. Anda-se de uma árvore para outra em pontes suspensas, sentindo o cheiro de cedro e de pinheiros no ar. Menos emocionante do que as peripécias de Tarzan, como no arvorismo acrobático, mas não menos interessante.
A atração chama-se Treetops Adventure e foi construída em 2003. No ano passado, ganhou o prêmio da Tiac (Travel Industry Association of Canada) de grande inovação do ano, pois essa é a primeira atração do gênero na América do Norte. No Brasil, a primeira experiência de arvorismo contemplativo foi em Brotas (SP). Leia mais na pág. F10.
O Capilano Suspension Bridge já recebeu mais de 800 mil visitantes. A ponte suspensa da entrada, que ainda é o grande atrativo do parque, foi erguida pela primeira vez em 1889. A de hoje tem cabos de aço e cabines em cada uma das pontas e há cabines com funcionários controlando o vaivém de turistas. Não é permitido balançar na ponte, mas seu próprio suingue já é suficiente para dar um frio na barriga. Abaixo dela passa o rio Capilano, e pode-se imaginar um daqueles ursos agarrando um salmão das águas.
E, como o parque definiu 2005 como o Ano do Salmão, é possível ver um nativo do povo tlingit e taltan esculpindo um totem cuja temática é o salmão em um tronco de cedro. O artista Wayne Carlick, 46, faz cara de poucos amigos se o turista falar totens. ""Story poles" [colunas de histórias] ou "carving poles" [colunas esculpidas]", corrige ele, apesar de, na entrada do parque, existir o Totem Poles, área dedicada a esculturas feitas em madeira que contam lendas sobre a relação entre criaturas da natureza e homens.

Como chegar
Pegue o skytrain e desça em Waterfront. Tome o SeaBus (ônibus do mar) até North Vancouver. Aproveite para almoçar em Lonsdale Market, onde dá para comprar caranguejos no mercado e pedir para serem cozidos ali mesmo. Tome o ônibus 236 até Capilano. Há uma tabela com horários, e o ônibus parte pontualmente. (MARGARETE MAGALHÃES)

Capilano Suspension Bridge - Funciona no verão, das 8h30 até o pôr-do-sol. O ingresso custa CA$ 24,95 (R$ 50, para adultos), CA$ 18,50 (R$ 37, para estudantes e idosos) e CA$ 6,25 (R$ 12,50, para crianças de seis a 12 anos) www.capbridge.com


Texto Anterior: Cidade pacífica: Olhando de baixo para cima, totens escondem histórias
Próximo Texto: Em 2010, projetista quer fazer turista flutuar no ar
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.