São Paulo, quinta-feira, 01 de novembro de 2007

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ROTAS IBÉRICAS

Estilos se sobrepõem e marcam catedral

Por 10 , peregrinos modernos podem repetir tradição medieval: subir nos telhados da construção

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DA GALÍCIA

A catedral de Santiago de Compostela (www.catedraldecompostela.es) não emociona apenas os religiosos e os peregrinos, ávidos da visão das torres se destacando sobre os telhados da cidade. Afinal de contas, beleza também emociona, e não falta beleza ali.
A mistura de estilos revela sua história, que se expõe em camadas. A construção da catedral em estilo românico começou em 1075 e só terminou em 1168. Com o tempo, o prédio transformou-se, acomodando outros elementos, sobretudo barrocos, como a fachada do Obradoiro e os órgãos.
A catedral acolhe o peregrino, a quem é permitida a realização de uma série de rituais. O primeiro é tocar o Pórtico da Glória, obra em estilo românico do século 12 feita em granito, com cenas bíblicas. A imagem de Daniel traz o que é considerado o primeiro sorriso a ser esculpido em pedra na Europa medieval. Atrás da coluna há uma escultura com a fama de deixar mais inteligente quem bater a cabeça ali três vezes: é o segundo rito.
O visitante então cruza a igreja para o próximo ritual: contornar o altar principal e abraçar uma imagem do apóstolo. Depois, ainda deve seguir para uma visita às supostas relíquias de são Tiago. Se a visita ocorrer durante uma comemoração especial, como a do dia do apóstolo, em 25 de julho, será possível ver outra tradição da catedral -o uso do "botafumeiro", incensório gigante que pesa cerca de 50 kg e é movimentado com o auxílio de cordas e roldanas.
A catedral ainda guarda um museu (entrada: 5; R$ 12,65), que inclui o "pazo" de Xelmires, residência dos arcebispos, o claustro e a cripta do pórtico.
O peregrino moderno também pode repetir uma tradição dos tempos medievais -subir nos telhados da catedral. A visita custa 10 (R$ 25,30), é restrita a grupos de 25 pessoas e deve ser agendada com bastante antecedência pelo telefone 00/xx/34/981-552985 ou pelo e-mail cubiertascatedral@archicompostela.org.
Vale a pena. Uma das primeiras visões é a chamada "cruz dos farrapos", com um cordeiro esculpido em pedra na base, onde os peregrinos antigamente subiam para o ritual da queima das roupas velhas, usadas durante toda a peregrinação, em sinal de missão cumprida e renovação. Dos telhados (na verdade, placas de granito que formam degraus) é possível ver em detalhes as torres, incluindo a parte de trás das torres barrocas da fachada do Obradoiro e a torre do relógio. A 30 metros do chão, tem-se uma visão privilegiada dos belos conjuntos arquitetônicos ao redor da igreja e dos montes verdes que rodeiam a cidade. (MARINA DELLA VALLE)


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