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ROTAS IBÉRICAS
Estilos se sobrepõem e marcam catedral
Por 10 , peregrinos modernos podem repetir tradição medieval: subir nos telhados da construção
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DA GALÍCIA
A catedral de Santiago de
Compostela (www.catedraldecompostela.es) não emociona apenas os religiosos e os
peregrinos, ávidos da visão das
torres se destacando sobre os
telhados da cidade. Afinal de
contas, beleza também emociona, e não falta beleza ali.
A mistura de estilos revela
sua história, que se expõe em
camadas. A construção da catedral em estilo românico começou em 1075 e só terminou em
1168. Com o tempo, o prédio
transformou-se, acomodando
outros elementos, sobretudo
barrocos, como a fachada do
Obradoiro e os órgãos.
A catedral acolhe o peregrino, a quem é permitida a realização de uma série de rituais. O
primeiro é tocar o Pórtico da
Glória, obra em estilo românico do século 12 feita em granito, com cenas bíblicas. A imagem de Daniel traz o que é considerado o primeiro sorriso a
ser esculpido em pedra na Europa medieval. Atrás da coluna
há uma escultura com a fama
de deixar mais inteligente
quem bater a cabeça ali três vezes: é o segundo rito.
O visitante então cruza a
igreja para o próximo ritual:
contornar o altar principal e
abraçar uma imagem do apóstolo. Depois, ainda deve seguir
para uma visita às supostas relíquias de são Tiago. Se a visita
ocorrer durante uma comemoração especial, como a do dia
do apóstolo, em 25 de julho, será possível ver outra tradição
da catedral -o uso do "botafumeiro", incensório gigante que
pesa cerca de 50 kg e é movimentado com o auxílio de cordas e roldanas.
A catedral ainda guarda um
museu (entrada: 5; R$ 12,65),
que inclui o "pazo" de Xelmires, residência dos arcebispos,
o claustro e a cripta do pórtico.
O peregrino moderno também pode repetir uma tradição
dos tempos medievais -subir
nos telhados da catedral. A visita custa 10 (R$ 25,30), é restrita a grupos de 25 pessoas e
deve ser agendada com bastante antecedência pelo telefone
00/xx/34/981-552985 ou pelo
e-mail cubiertascatedral@archicompostela.org.
Vale a pena. Uma das primeiras visões é a chamada "cruz
dos farrapos", com um cordeiro esculpido em pedra na base,
onde os peregrinos antigamente subiam para o ritual da queima das roupas velhas, usadas
durante toda a peregrinação,
em sinal de missão cumprida e
renovação. Dos telhados (na
verdade, placas de granito que
formam degraus) é possível ver
em detalhes as torres, incluindo a parte de trás das torres
barrocas da fachada do Obradoiro e a torre do relógio. A 30
metros do chão, tem-se uma visão privilegiada dos belos conjuntos arquitetônicos ao redor
da igreja e dos montes verdes
que rodeiam a cidade.
(MARINA DELLA VALLE)
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