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ROTAS IBÉRICAS
Oito vias recebem peregrinos na Galícia
Quase onipresentes na região, as conchas de vieira e as setas amarelas são os símbolos da peregrinação
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DA GALÍCIA
Para o turista é fácil imaginar
que todos os caminhos da Galícia levam a Santiago de Compostela, já que os símbolos da
peregrinação -as conchas de
vieira e as setas amarelas- parecem onipresentes.
Na verdade, os caminhos galegos trabalhados pelo Xacobeo
são oito: o francês, o inglês, o
português, o do norte, o de Fisterra, o primitivo, a via da prata
e a rota do mar de Arousa.
O mais famoso -e lotado- é
o caminho francês, em parte
pelo sucesso mundial do livro
"Diário de um Mago", do escritor brasileiro Paulo Coelho.
Esse, consta, é o caminho
mais bem equipado para receber os modernos peregrinos, e
teve suas principais vias na
França e na Espanha descritas
já em 1135, no códex Calixtinus,
atribuído ao clérigo francês Aymeric Picaud.
Rotas da fé
A rota do mar de Arousa é
percorrida em parte pela água,
sobre barcos, desde a entrada
da ria de Arousa, seguindo pelo
rio Ullo até Pontecesures e Padrón. Dali, continua por terra o
mesmo traçado do caminho
português. A rota marítima
marca parte do caminho que
teria seguido o traslado do corpo do apóstolo da Palestina até
Santiago de Compostela.
Uma procissão de embarcações, promovida pela Fundación Ruta Xacobea do Mar de
Arousa e Rio Ulla, ocorre
anualmente entre o final de julho e o início de agosto.
Já o caminho inglês, que pode ter início em La Coruña ou
em Ferrol, foi traçado pelos peregrinos que vinham das terras
do norte, caso dos escandinavos, ingleses e irlandeses.
O caminho português, que
em terras galegas começa em
Tui, provavelmente já existia
antes, mas se consolidou após a
independência de Portugal, no
século 12.
O fim do caminho
O caminho de Fisterra, também conhecido como Fisterra-Muxía, tem uma particularidade: a rota não tem Santiago de
Compostela como ponto final,
e sim como ponto de partida.
Esse caminho funciona como
uma extensão da peregrinação
até a costa da Morte, que até
quase o final da Idade Média representava o último ponto de
terra conhecido, ou seja, como
diz o próprio nome da cidade, o
"fim da terra".
A tradição de continuar a peregrinação até esse ponto teria
surgido desde o descobrimento
do sepulcro do apóstolo Tiago,
no século 9º.
A via da Prata é o caminho de
maior extensão em terras galegas. É uma prolongação do caminho romano com o mesmo
nome que unia Mérida a Astorga. O caminho do Norte teria sido feito, segundo a tradição,
por são Francisco de Assis.
O pedaço galego dessa rota
tem 196 quilômetros, com início em Ribadeo. O caminho primitivo, por fim, foi a primeira
rota a ser utilizada e um sinal
de sua importância é a presença de diversos hospitais para
peregrinos, tornados em albergues, em sua extensão.
Informações detalhadas dos
itinerários galegos podem ser
consultadas no site do Xacobeo
(www.xacobeo.es).
Quem prefere contar com dicas de conterrâneos sobre os
caminhos pode buscar dados
no site da Associação de Confrades e Amigos do Caminho
de Santiago de Compostela
(www.santiago.org.br).
(MARINA DELLA VALLE)
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