São Paulo, segunda-feira, 02 de fevereiro de 2004

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Era Edo é recriada em espaços que reproduzem até cheiros

Museu leva visitante à Tóquio de antes de 1868

DO ENVIADO ESPECIAL A TÓQUIO E LA

Entre os inúmeros museus de Tóquio, dois têm interesse especial: o Museu Nacional, por seu acervo de 90 mil objetos raros, e o Edo-Tokyo, que recria a vida da metrópole sem necessariamente abrigar peças de arte.
Museu-palácio à japonesa, edificado em 1938 diante do parque Ueno, o museu Nacional de Tóquio (www.tnm.jp; em 13-9 Ueno Park, tel. local 81-3-3822-1111) reúne até obras de arte de outros países asiáticos (como China, Índia, Coréia e Vietnã), muitas imagens religiosas budistas ou xintoístas e artefatos arqueológicos.
Mas ainda abriga galerias com arte contemporânea, trajes do século 16, pinturas e gravuras, peças de laca e de cerâmica.
Já o museu Edo-Tokyo (www.edo-tokyo-museum.or.jp; na 4-1, 1-Chome), exemplo de arquitetura e de museologia do final dos dos anos 1980, é o local para descobrir os 400 anos da história de Tóquio não por meio de relíquias e antigüidades, mas, sim, observando cartazes, imagens, maquetes, objetos do dia-a-dia, modelos de barcos que navegavam pelo rio Sumida, mapas, a redação de um jornal, a fachada de um teatro.
Ambientes interativos onde foram recriadas em tamanho natural ruas e casas, com cheiros e comida na mesa, transportam o visitante no tempo, dando uma idéia precisa de como se vivia entre 1604 e 1868, período em que Tóquio ainda não era capital do Japão e se chamava Edo.
Embora nesse intervalo a cidade já fosse dinâmico pólo econômico e político, ela foi condenada a produzir, por pressão da então capital do país, Kyoto, apenas manifestações artísticas tradicionalistas e algo xenófobas.
Esse museu, que de fora até parece uma ponte, com imenso vão livre, tem dois andares e providenciais explicações em inglês e japonês. Os escombros que mostram como ficou Tóquio depois do terremoto de 1923 ainda parecem cobertos de poeira.
No item arte propriamente dita, o Edo-Tokyo é especialmente feliz ao mostrar como eram feitas as gravuras Ukiyo-e. (SILVIO CIOFFI)


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