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Para Burke, metrópoles vivem trocas culturais
DO ENVIADO ESPECIAL
O historiador da cultura Peter
Burke, que escreve mensalmente
na seção "Autores" do caderno
Mais! da Folha, vislumbrou o tema da interação de culturas quando serviu o Exército britânico em
Cingapura, país que se tornou
uma cidade-Estado independente
da Malásia -e ligada à Comunidade Britânica de Nações (Commonwealth)- em 1965.
É autor do já clássico "Uma História Social do Conhecimento"
(ed. Jorge Zahar) e do recém-lançado no Brasil "Hibridismo Cultural" (ed. Unisinos, 116 págs.,
R$14)
Para Burke, 66, professor da
Universidade de Cambridge (Reino Unido), as grandes metrópoles
são, por excelência, locais de trocas culturais. Segundo ele, a história social passa naturalmente por
períodos de inovação e de resistência à inovação.
Outras palavras
Outro fenômeno freqüentemente analisado por Burke em
textos e em entrevistas é o da mistura de idiomas à luz da globalização. Hoje, quem vai ao Japão nota
que as observações de Peter Burke, mais do que visíveis, são audíveis: a influência do idioma inglês
depois da ocupação norte-americana que se seguiu à Segunda
Guerra Mundial (1939-45) foi tão
evidente que o termo para designar cartão de telefone soa como
"terefon cardo"; calendário é algo
como "carendar"; pare é "stop" e
os porta-malas dos carros são
"trunks". Mesmo a palavra tradicional para arroz, "gohan" no
idioma japonês tradicional, é
muitas vezes substituída por um
termo que soa como "ráice", do
inglês "rice".
(SC)
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