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Dedo inflamado deixa turista no meio da confusão da gripe
DA REPORTAGEM LOCAL
Um dedo inflamado fez com
que a analista de conteúdo Gabriela Sampaio Fergusson, 32,
ficasse no meio da corrida por
tratamento contra a gripe A
(H1N1) em Buenos Aires.
Ela viajou no último dia 20
com o marido sem saber do
grande número de casos na capital da Argentina. "Quando a
gente chegou, teve de preencher um questionário sobre
sintomas", diz. No albergue,
não havia nada de diferente. "Vi
algumas pessoas de máscara na
rua, mas os turistas não pareciam preocupados", conta.
A passagem pela Argentina
durante o avanço da doença poderia ter sido mais sossegada,
caso o dedo de Gabriela, machucado ainda no Brasil, não tivesse inflamado.
Sinfonia de tosse
"Tive de procurar um hospital, o dedo estava muito inchado", conta. Sem seguro-saúde,
foi primeiro a um hospital público. Não conseguiu ser atendida. "A fila no pronto-socorro
era enorme, com muitos idosos", conta.
"Uma mulher de máscara
chamava as pessoas pelo vidro,
tinha uma triagem meio bizarra", diz. Na sala de espera lotada, uma verdadeira sinfonia de
tosses e espirros.
Ainda precisando de atendimento, o jeito foi procurar um
hospital particular. Ali ela conseguiu ser atendida, mas não
escapou de presenciar a corrida
de pessoas com suspeita de ter
contraído a gripe A.
"Havia uma sala separada para quem tinha os sintomas",
conta. Ali, na TV do hospital,
viu a notícia de que o governo
brasileiro recomendava que
viagens para a Argentina e o
Chile fossem adiadas.
O restante da viagem correu
bem, e Gabriela voltou para o
Brasil sem nenhum tipo de sintoma de gripe.
Isso não impediu que a passagem pela Argentina fizesse
surgir receios de contaminação. De volta ao emprego, Gabriela foi orientada a passar
uma semana trabalhando em
casa. "Eu entendo, as pessoas se
assustam", conta.
(MARINA DELLA VALLE)
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