São Paulo, segunda-feira, 02 de setembro de 2002

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PANORAMA SERGIPANO

Câmeras submarinas levam imagens a espaço de Aracaju, que reúne ainda espécies de rio

Fundo do mar emerge em novo oceanário

GABRIELA ROMEU
ENVIADA ESPECIAL A SERGIPE

Quem visitar Aracaju (SE) já pode incluir um novo passeio na programação: um oceanário com cerca de 60 espécies representativas do litoral sergipano, entre peixes, vertebrados e crustáceos.
O Oceanário de Aracaju, na praia de Atalaia, é uma tartaruga gigante feita de palha -pena que só quem sobrevoa a região consegue ver a sua arquitetura diferenciada. Dentro há 18 aquários, a maioria de água salgada, e dois tanques, com cavalos-marinhos, águas-vivas, moréias (peixe que parece uma cobra), rêmora (tipo de piolho, comensal do tubarão), peixe-pedra e tartarugas.
Mas o diferencial desse oceanário é a transmissão ao vivo de imagens do fundo do mar. Uma câmera submarina foi instalada nas pernas da plataforma Camurim-09, a 12 m de profundidade e a cerca de 10 km do oceanário.
"A idéia da Petrobras [parceira do Oceanário de Aracaju] é mostrar que a plataforma não polui o mar", diz João Deleo, 33, oceanógrafo da Fundação Pró-Tamar que fez o projeto, de cerca de R$ 1 milhão, em parceria com o governo do Estado de Sergipe.
As irmãs Jéssica, 9, e Ingrid Lima Barbosa, 7, que foram ao oceanário no fim de semana de inauguração, em junho, gostaram do tanque de toque. Com a orientação de monitores, pode-se tocar invertebrados marinhos, como a estrela-do-mar. "Aqui só não pode tocar a lagosta, porque ela machuca", diz Hadoff Bruno, 7.
Outro atrativo é um tanque oceânico de 150 mil litros de água. Reproduz o ambiente próximo à plataforma Camurim-09. Ali convivem tubarão-lixa - pouco assustador devido ao pequeno porte-, mero, raia e outros peixes.
Não há só espécies marinhas no oceanário. Cinco tanques de água doce buscam mostrar a importância econômica dos peixes do rio São Francisco, que divide Sergipe e Alagoas. Ainda faltam peixes importantes do Velho Chico, como o surubim e o dourado, diz Deleo. "Capturamos todas as espécies que conseguimos. Os animais que estão aqui resistiram ao estresse da captura."
Aficionados em animais marinhos podem ainda esticar o passeio até Pirambu, a 75 km de Aracaju. Lá está a base reprodutiva da tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea), do Projeto Tamar.
Essa é a menor espécie de tartaruga marinha e o litoral de Sergipe tem a maior concentração de desova dela no Brasil. Outras espécies encontradas no Estado são a tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta), a tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata) e a tartaruga-verde (Chelonia mydas).
É indicado agendar a visita pelo tel. 0/xx/79/276-1201 ou pelo e-mail tamarse@tamar.org.br.


Oceanário de Aracaju - De ter. a sex., das 14h às 20h; sáb. e dom., das 12h às 21h. Ingressos: R$ 6 (adulto); R$ 3 (estudantes, pessoas de 7 a 15 anos e com mais de 65); grátis para crianças com até seis anos. Tel. 0/xx/79/243-3214.

Gabriela Romeu viajou a convite da Secretaria de Estado da Cultura e do Turismo de Sergipe


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