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PANORAMA SERGIPANO
Câmeras submarinas levam imagens a espaço de Aracaju, que reúne ainda espécies de rio
Fundo do mar emerge em novo oceanário
GABRIELA ROMEU
ENVIADA ESPECIAL A SERGIPE
Quem visitar Aracaju (SE) já
pode incluir um novo passeio na
programação: um oceanário com
cerca de 60 espécies representativas do litoral sergipano, entre peixes, vertebrados e crustáceos.
O Oceanário de Aracaju, na
praia de Atalaia, é uma tartaruga
gigante feita de palha -pena que
só quem sobrevoa a região consegue ver a sua arquitetura diferenciada. Dentro há 18 aquários, a
maioria de água salgada, e dois
tanques, com cavalos-marinhos,
águas-vivas, moréias (peixe que
parece uma cobra), rêmora (tipo
de piolho, comensal do tubarão),
peixe-pedra e tartarugas.
Mas o diferencial desse oceanário é a transmissão ao vivo de
imagens do fundo do mar. Uma
câmera submarina foi instalada
nas pernas da plataforma Camurim-09, a 12 m de profundidade e
a cerca de 10 km do oceanário.
"A idéia da Petrobras [parceira
do Oceanário de Aracaju] é mostrar que a plataforma não polui o
mar", diz João Deleo, 33, oceanógrafo da Fundação Pró-Tamar
que fez o projeto, de cerca de R$ 1
milhão, em parceria com o governo do Estado de Sergipe.
As irmãs Jéssica, 9, e Ingrid Lima Barbosa, 7, que foram ao
oceanário no fim de semana de
inauguração, em junho, gostaram
do tanque de toque. Com a orientação de monitores, pode-se tocar
invertebrados marinhos, como a
estrela-do-mar. "Aqui só não pode tocar a lagosta, porque ela machuca", diz Hadoff Bruno, 7.
Outro atrativo é um tanque
oceânico de 150 mil litros de água.
Reproduz o ambiente próximo à
plataforma Camurim-09. Ali convivem tubarão-lixa - pouco assustador devido ao pequeno porte-, mero, raia e outros peixes.
Não há só espécies marinhas no
oceanário. Cinco tanques de água
doce buscam mostrar a importância econômica dos peixes do
rio São Francisco, que divide Sergipe e Alagoas. Ainda faltam peixes importantes do Velho Chico,
como o surubim e o dourado, diz
Deleo. "Capturamos todas as espécies que conseguimos. Os animais que estão aqui resistiram ao
estresse da captura."
Aficionados em animais marinhos podem ainda esticar o passeio até Pirambu, a 75 km de Aracaju. Lá está a base reprodutiva da
tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea), do Projeto Tamar.
Essa é a menor espécie de tartaruga marinha e o litoral de Sergipe tem a maior concentração de
desova dela no Brasil. Outras espécies encontradas no Estado são
a tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta), a tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata) e a tartaruga-verde (Chelonia mydas).
É indicado agendar a visita pelo
tel. 0/xx/79/276-1201 ou pelo e-mail tamarse@tamar.org.br.
Oceanário de Aracaju - De ter. a sex.,
das 14h às 20h; sáb. e dom., das 12h às
21h. Ingressos: R$ 6 (adulto); R$ 3 (estudantes, pessoas de 7 a 15 anos e com
mais de 65); grátis para crianças com até
seis anos. Tel. 0/xx/79/243-3214.
Gabriela Romeu viajou a convite da Secretaria de Estado da Cultura e do Turismo de Sergipe
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