São Paulo, segunda-feira, 02 de setembro de 2002

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BALADA À ESPANHOLA

Acesso livre a discotecas locais possibilita noite eclética

Muvuca cosmopolita de Barcelona não cobra entrada

DA ENVIADA ESPECIAL À ESPANHA

No Porto Velho de Barcelona funcionam mais de dez casas noturnas no conjunto Maremàgnum, de quatro andares, que também abriga lojas e um cinema. Nesta época, a noite é fresca -convém levar agasalho leve- e as ruas estão movimentadas. Dá para saltar na estação Catalunya do metrô e andar da praça até o porto com segurança até a hora do fechamento, à meia-noite.
Uma dica é jantar em um dos restaurantes das Ramblas, calçadão lotado de turistas de todos os lugares e cercado de lojas, hotéis e restaurantes. De dia, artistas de rua brincam de estátua com os transeuntes em troca de moedas.
Como a entrada nas discotecas é franca, os visitantes, a maioria estudantes de férias, vão de uma a outra experimentando as pistas de dança. Os estilos musicais variam de acordo com a origem cultural das casas noturnas, onde há bandas ao vivo ou DJs, como em Madri. A trilha sonora é a mesma da capital espanhola, e os sucessos são a canção onomatopaica "Asereje", de Las Ketchup, a "Atrievete" e a romântica e sensual "Ave-Maria", de David Bisbal.
No térreo, a discoteca Tropicana tem decoração verde-e-amarela e toca música latina. Em algumas casas noturnas, dançarinos profissionais conduzem a coreografia nas pistas. O ritmo é alegre e extrovertido, e as pessoas gostam de puxar conversa. O turista pratica o espanhol enquanto conhece gente da Inglaterra, da Itália, de Portugal.
O cubano Mojito Bar é o mais cheio e agitado, com muitos casais na pista e banda ao vivo. A maioria das pessoas é latina e sabe dançar merengue, salsa e outros ritmos. A casa só serve bebidas, como a maioria das discotecas, entre elas caipirinha, margarita e mojito, com hortelã, rum e limão.
No segundo andar, um terraço com uma pista de minigolfe ao ar livre e discotecas funcionam até as 2h. O pub Irish Winds é o único no qual não há dança.
Barcelona é mais cosmopolita que Madri. Há muitos jovens estrangeiros que chegam para estudar espanhol. Para um norte-americano de 22 anos que tem pai inglês, é preconceituosa a forma como alguns espanhóis tratam estrangeiros. Ele pediu para não ser identificado e disse que eles "amam o turista que gasta, mas tratam mal o imigrante".
Esse complexo de discotecas se alterna com outro, a 2 km dali, conhecido como Porto Novo, em frente à Vila Olímpica, construída para os Jogos Olímpicos de 92. O Porto Novo possui a mesma estrutura de bares e discotecas, umas ao lado das outras, com diferentes ritmos e estilos musicais.

Programação
Ao chegar à cidade, compre jornais e confira os bares badalados, a programação cultural e as festas típicas, como La Mercè, que acontece na última semana de setembro, e a La Diada, que comemora o dia "nacional" da Catalunha, também no final de setembro. Nos metrôs há vários guias com sugestões de passeios noturnos.
O "El Periódico de Catalunya", de Barcelona, recomendava em julho a discoteca New York y PNS (Escudellers, 5 y Rambla 27), frequentada por universitários, "com segurança, refrigeração e acesso fácil de ônibus e metrô".
Em julho, o músico Nilo MC, que já foi parceiro de Manu Chao e de Lenny Kravitz, apresentou-se em Barcelona num show de rap cubano, nova variante do hip hop que alia ritmos afro-cubanos à potência da palavra cantada.
Nilo, considerado um pioneiro do rap cubano e formado em artes plásticas, participou de várias performances na Alemanha e na Espanha e faz parte da vanguarda artística musical de Cuba, conhecida como Hip Hop Cubano.
O cantor tem participação no filme "Machín: Toda Una Vida", que está em cartaz em Madri e retrata a vida de Anton Machín, que, na Espanha, é referência da música cubana.
(MÔNICA RODRIGUES DA COSTA)


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