DA ENVIADA ESPECIAL A SERGIPE

A Pré-História de Sergipe está guardada sob o lago de Xingó e no Museu de Arqueologia de Xingó (MAX), em Canindé de São Francisco, a 196 km de Aracaju. O museu mostra achados de escavações feitas antes da inundação da hidrelétrica de Xingó, em 1994.
Materiais líticos, restos cerâmicos, esqueletos humanos e registros gráficos nos paredões são algumas das descobertas dos 41 sítios arqueológicos pesquisados no período de 1991 a 1994 na região do Baixo São Francisco. Essas descobertas têm de 1.200 a 9.000 anos -sendo que as peças líticas são as mais antigas.
Esses 41 sítios arqueológicos estão debaixo das águas da hidrelétrica de Xingó -no total, a região reúne 488 sítios, sendo que 233 deles apresentam algum registro gráfico nos paredões.
A arqueóloga Cleonice Vergne explica que a região foi sondada e parcialmente escavada porque a possibilidade de haver resquícios pré-históricos era grande. "Os estuários de rios são fortes áreas de ocupação humana", diz.
O próprio trabalho do arqueólogo é retratado na exposição. Uma vitrine mostra a simulação de uma escavação e as ferramentas usadas pelos pesquisadores.
Mas o excesso de termos técnicos na exposição torna a visita cansativa. Os textos dos painéis de apoio são pouco didáticos e longos demais para atrair a atenção do visitante até o final da mostra.
Segundo Cleonice, em breve o museu oferecerá passeios a cinco sítios arqueológicos do Baixo São Francisco que guardam registros de pinturas rupestres. "Serão caminhadas a locais que reúnem desenhos geométricos pintados com óxido de ferro numa região com uma bonita vista do platô do São Francisco." (GABRIELA ROMEU)