São Paulo, segunda-feira, 02 de setembro de 2002

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Catamarã oferece "hidro" natural

DA ENVIADA ESPECIAL

O cheiro é de sertão, os paredões são rochosos e a água é exageradamente verde.
A bordo de um catamarã ou uma lancha, a região de Xingó rende um passeio de cerca de duas horas pelo lago de 50 km de extensão e até 120 m de profundidade do seu cânion, inundado em 1994 para alimentar a segunda maior hidrelétrica do país.
Para quem está em um grupo com mais de oito integrantes -número máximo para a lancha, cujo passeio custa R$ 30 por pessoa-, é divertido passear de catamarã (R$ 20 por passageiro).
O maior atrativo da embarcação é uma piscina (um buraco, forrado por uma rede, que dá na água do próprio lago) que vira uma hidromassagem natural quando o catamarã se move. "É ótimo para quem não sabe nadar", comenta a turista Ivete Brunelle, 69.
A última parada do passeio por Xingó é a gruta do Talhado, local apropriado para cair nas águas esverdeadas do lago. Antes os visitantes dão uma paradinha, para fazer fotos e votos, em uma pequena gruta onde está a imagem de são Francisco de Assis.
Do alto, o santo "cabra da fé", como indica a pichação próxima à estátua, abençoa os peixes (surubins, dourados, tucunarés) do Velho Chico. O condutor da lancha brinca: "Podem pagar as promessas [em dinheiro" que depois o santo recolhe".
Em alguns trechos do passeio os paredões têm pedras que parecem ter sido minuciosamente encaixadas, como em um quebra-cabeça. A impressão é que as pilhas de rocha, esculpidas há muitos anos, podem desmoronar a qualquer momento.
Na volta, após nadar por aberturas nos cânions onde dormem morcegos, a dica é experimentar surubim grelhado e moqueca de pitu (camarão que chega a medir 48 cm e habita o rio São Francisco) no restaurante Karrancas (tel. 0/xx/82/9984-1528). Os preços variam de R$ 12 a R$ 28.
A hidrelétrica de Paulo Afonso (BA), a quatro horas de catamarã ou duas horas e meia de lancha do lago, é uma opção de passeio que pode durar o dia todo (reservas, tel. 0/xx/79/9972-1320).
Do outro lado do rio está Piranhas (AL), que abriga a grota de Angico, onde morreram os lendários Lampião (Virgulino Ferreira da Silva) e Maria Bonita, entre outros integrantes do bando. (GR)


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