São Paulo, quinta-feira, 02 de outubro de 2008

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cachalotes literários

Com os olhos, vá à caça de baleias reais e imaginárias

VERSÃO CHILENA - Pesquisador encontrou história anterior a "Moby Dick" que fala de um mamífero marinho branco que vivia nos arredores da ilha de Mocha

PRISCILA PASTRE-ROSSI
DA REPORTAGEM LOCAL

Há 15 anos Rosalina vem ao Brasil. Ela chega a passar temporadas de até quatro meses no litoral da Bahia antes de voltar para casa, na Antártida. Rosalina é uma das 2.100 jubartes catalogadas pelos pesquisadores do Instituto Baleia Jubarte (www.baleiajubarte.org.br).
"Gostamos de dar nomes às baleias que encontramos todos os anos na nossa costa. Foi o caso de Rosalina. No final, descobrimos que ela era um macho, mas aí ela já tinha sido batizada [risos]", conta Leonardo Wedekin, biólogo e pesquisador da entidade.
Em plena temporada de observação desses cetáceos, o Turismo traz baleias de verdade e baleias literárias. Para viajar em busca das reais, a dica é escolher um dos pacotes de observação de baleias e saber onde elas podem ser vistas.
Para viajar em busca das literárias, a melhor forma é ler livros que a trazem como protagonista, como "Moby Dick" e "No Coração do Mar", e a entrevista ao lado, com Armando Cartes Montory.
O pesquisador chileno encontrou um romance anterior a "Moby Dick" que também conta a história de uma misteriosa cachalote branca. Esta, chamada de Mocha, por viver perto da ilha de Mocha.

Negócio de baleia
Os primeiros registros de caça à baleia são anteriores ao ano 1000. O auge foi nos séculos 18 e 19, quando a comercialização do seu óleo estava na base do desenvolvimento socioeconômico de cidades como Nantucket, nos EUA, famosa até hoje por ter sido o ponto de partida do navio Essex, como narra "Moby Dick". Com as casas restauradas, um museu voltado à história da baleia (www.nha.org/sites/index.html), lojas temáticas e a antiga vila ainda abrigando famílias de pescadores, a ilha se firma cada vez mais como destino turístico.
Quem gosta de ver as baleias de perto movimenta US$ 1,25 bilhão por ano em todo o mundo, segundo a organização não-governamental Whale Watch (www.whalewatch.org). Cerca de 10 milhões de pessoas, também por ano, praticam o turismo de observação.
"É preciso mostrar a países como o Japão e a Islândia, que ainda caçam baleias aproveitando a brecha de permissão da caça para fins científicos, que não é preciso matá-las para ganhar dinheiro. O turismo de observação dá dinheiro, educa e as protege", diz Wedekin.


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