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EXTREMO SUL
"Fim do mundo" está a 5h30 de vôo de SP
Ushuaia, capital da Província da Terra do Fogo, esquenta com a chegada do verão e de navios de cruzeiro
DA ENVIADA ESPECIAL A USHUAIA
O "fim do mundo", a cidade
mais austral do planeta, está a
cinco horas e meia de São Paulo
-desconsiderando atrasos, conexões ou cancelamentos de
vôos. De avião são duas horas e
meia até Buenos Aires e mais
três até Ushuaia. A capital da
Província da Terra do Fogo,
Antártida e Ilhas do Atlântico
Sul, fica a pouco mais de 3.000
km da capital federal.
Com 60 mil habitantes, a vida de Ushuaia se concentra na
principal rua de comércio, a
San Martín, onde cruzeiristas e
turistas se abastecem para
agüentar as intempéries da viagem e levar os memoráveis suvenires de pingüins-de-magalhães, que o façam lembrar da
estada no "fim do mundo".
Embora pequena, há muitas
atividades ao redor de Ushuaia,
além de ser ponto de parada de
cruzeiros. A previsão da Secretaria de Turismo de Ushuaia
para o ano de 2006 é receber
232 mil visitantes, dos quais 81
mil de cruzeiros -aumento de
13% em relação a 2005.
De agora até o fim do verão,
na alta temporada, ninguém se
esconde do frio em Ushuaia. A
temperatura pode chegar aos
15C e, com os termômetros subindo, os fueguinos andam de
camisetas, fazem jogging perto
do aeroporto e lotam as sorveterias. Entre na onda e escolha
seu sorvete -prove o de calafate.
A poucas quadras do porto,
Ushuaia homenageia os soldados mortos na guerra das Malvinas. As ilhas, por sinal, não serão esquecidas jamais. Não é
raro ver carros com adesivos
colados lembrando a quem pertencem as Malvinas.
O porto é o lugar para pesquisar passeios pelas ilhas próximas e navegações curtas pelo
canal de Beagle, como até as
ilhas Alicia, dos Pássaros, dos
Lobos e até o farol Les Eclaireurs. Verifique o tipo de embarcação, porque catamarãs
não se aproximam tanto para
quem for sacar fotos de "rosto"
dos elefantes-marinhos. A
maioria das embarcações sai às
9h30 e às 15h e cobra 95 pesos.
A poucas quadras da porto,
fica o Museu Marítimo e Presídio de Ushuaia, que já foi uma
colônia penal. Os detentos trabalhavam na padaria e na construção. Quem o visita se arrepia
no lugar gelado, com 380 celas.
Em uma delas há uma pintura
de Carlos Gardel, que, dizem,
teria sido um dos presos.
Para ter uma bela vista da cidade, siga para o cerro Martial.
Fica a 7 km do centro. De táxi,
sai 10 pesos. Há cadeirinhas para subir, mas dá também para
subir a pista de esqui, agora já
em fase de degelo, a pé. Na volta, tome um chá com tostados,
doce de leite e suco no La Cabaña, por 22 pesos.
O Parque Nacional da Terra
do Fogo, a 30 minutos de Ushuaia, é outro desses passeios
imprescindíveis.
Um pouco antes dele, às margens do rio Pipo, fica o trem do
Fim do Mundo, que percorre 7
km, ida e volta. O ingresso custa
60 pesos, muito para o que é.
Cozinha fueguina
Não deixe de experimentar
os pratos da cozinha fueguina: a
centolla, a merluza negra e o
cordeiro fueguino. Para acompanhar, uma cerveja artesanal
e regional, a Beagle. Nos restaurantes como Volver (Maipú,
37), Cantina de Freddy (Saint
Martin, 326) e Tante Nina
(Maipú com Gobernador Godoy), a centolla é um ótimo
aperitivo e dá para duas pessoas -custa 48 pesos.
Quem for visitar o cerro Castor, a 25 km do centro, onde, no
inverno, a pista de esqui é ativa,
deve parar no restaurante Villa
Cotorra, a 1 km do complexo, e
provar o famoso cordeiro fueguino.
(MARGARETE MAGALHÃES)
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