São Paulo, quinta-feira, 02 de novembro de 2006

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EXTREMO SUL

"Fim do mundo" está a 5h30 de vôo de SP

Ushuaia, capital da Província da Terra do Fogo, esquenta com a chegada do verão e de navios de cruzeiro

DA ENVIADA ESPECIAL A USHUAIA

O "fim do mundo", a cidade mais austral do planeta, está a cinco horas e meia de São Paulo -desconsiderando atrasos, conexões ou cancelamentos de vôos. De avião são duas horas e meia até Buenos Aires e mais três até Ushuaia. A capital da Província da Terra do Fogo, Antártida e Ilhas do Atlântico Sul, fica a pouco mais de 3.000 km da capital federal.
Com 60 mil habitantes, a vida de Ushuaia se concentra na principal rua de comércio, a San Martín, onde cruzeiristas e turistas se abastecem para agüentar as intempéries da viagem e levar os memoráveis suvenires de pingüins-de-magalhães, que o façam lembrar da estada no "fim do mundo".
Embora pequena, há muitas atividades ao redor de Ushuaia, além de ser ponto de parada de cruzeiros. A previsão da Secretaria de Turismo de Ushuaia para o ano de 2006 é receber 232 mil visitantes, dos quais 81 mil de cruzeiros -aumento de 13% em relação a 2005.
De agora até o fim do verão, na alta temporada, ninguém se esconde do frio em Ushuaia. A temperatura pode chegar aos 15C e, com os termômetros subindo, os fueguinos andam de camisetas, fazem jogging perto do aeroporto e lotam as sorveterias. Entre na onda e escolha seu sorvete -prove o de calafate.
A poucas quadras do porto, Ushuaia homenageia os soldados mortos na guerra das Malvinas. As ilhas, por sinal, não serão esquecidas jamais. Não é raro ver carros com adesivos colados lembrando a quem pertencem as Malvinas.
O porto é o lugar para pesquisar passeios pelas ilhas próximas e navegações curtas pelo canal de Beagle, como até as ilhas Alicia, dos Pássaros, dos Lobos e até o farol Les Eclaireurs. Verifique o tipo de embarcação, porque catamarãs não se aproximam tanto para quem for sacar fotos de "rosto" dos elefantes-marinhos. A maioria das embarcações sai às 9h30 e às 15h e cobra 95 pesos.
A poucas quadras da porto, fica o Museu Marítimo e Presídio de Ushuaia, que já foi uma colônia penal. Os detentos trabalhavam na padaria e na construção. Quem o visita se arrepia no lugar gelado, com 380 celas. Em uma delas há uma pintura de Carlos Gardel, que, dizem, teria sido um dos presos.
Para ter uma bela vista da cidade, siga para o cerro Martial. Fica a 7 km do centro. De táxi, sai 10 pesos. Há cadeirinhas para subir, mas dá também para subir a pista de esqui, agora já em fase de degelo, a pé. Na volta, tome um chá com tostados, doce de leite e suco no La Cabaña, por 22 pesos.
O Parque Nacional da Terra do Fogo, a 30 minutos de Ushuaia, é outro desses passeios imprescindíveis. Um pouco antes dele, às margens do rio Pipo, fica o trem do Fim do Mundo, que percorre 7 km, ida e volta. O ingresso custa 60 pesos, muito para o que é.

Cozinha fueguina
Não deixe de experimentar os pratos da cozinha fueguina: a centolla, a merluza negra e o cordeiro fueguino. Para acompanhar, uma cerveja artesanal e regional, a Beagle. Nos restaurantes como Volver (Maipú, 37), Cantina de Freddy (Saint Martin, 326) e Tante Nina (Maipú com Gobernador Godoy), a centolla é um ótimo aperitivo e dá para duas pessoas -custa 48 pesos.
Quem for visitar o cerro Castor, a 25 km do centro, onde, no inverno, a pista de esqui é ativa, deve parar no restaurante Villa Cotorra, a 1 km do complexo, e provar o famoso cordeiro fueguino. (MARGARETE MAGALHÃES)


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