São Paulo, quinta-feira, 02 de novembro de 2006

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Trilhas ao longo de parque expõem vegetação fueguina

DA ENVIADA ESPECIAL

Guarde um dia todo para fazer trilhas no Parque Nacional Terra do Fogo, se você for do tipo que encara horas de caminhadas, ou meio dia, se preferir contemplar alguns dos pontos mais belos do parque: o lago Roca, que divide os lados fueguinos do Chile e Argentina, e a baía Lapataia, que deságua no canal de Beagle.
Antigo lar dos yamanás, índios da Terra do Fogo, o parque nacional fica a cerca de 20 km do centro de Ushuaia e é o fim da Rota 3, que vem de Buenos Aires. A área reserva uma ótima oportunidade para que o visitante conheça a vegetação subantártica típica da região da Terra do Fogo.
A maneira mais econômica de chegar até ali é tomar uma das vans, que cobram 25 pesos por pessoa pelo traslado de ida e volta, com horários pré-definidos e partida da esquina das ruas Maipú com 25 de Maio.
Na guarita de entrada, estrangeiros pagam 20 pesos para ingressar no parque.
Também é possível acertar o roteiro com motoristas de táxi, por cerca de 150 pesos para duas pessoas e ter liberdade de parar no caminho, ou pegar uma excursão por 80 pesos.

Bosque Nothofagus
As trilhas puxadas e populares são a Costera, de 6,5 quilômetros e três horas de duração, e a Hito 24, de oito quilômetros, ida e volta, e o mesmo tempo de caminhada.
Pela Costera, margeia-se a costa no setor da baía Lapataia. Transita-se por bosques de lenga, observam-se diques construídos por castores, que, trazidos por canadenses, povoaram a região e viraram uma praga.
Pela Hito 24, o percurso, que leva a vista do cerro Condor, é pelas margens do lago Roca. Na maior parte do tempo é preciso adentrar num bosque de espécies de Nothofagus, endêmicas. O que se vêem são muitos troncos e galhos de árvores chamadas lengas caídos no chão. A raiz da lenga, por causa da ação do vento, se desprende facilmente, especialmente em áreas de solos pouco profundos.
Por vezes, parece que não há saída no bosque para chegar ao ponto final, mas a sinalização é precisa. No começo da caminhada, na parte de vegetação mais rasteira, há coelhos pululando e placas indicando os tipos de arbusto mais comuns dali: a chaura, com frutos vermelhinhos que podem ser comidos, o calafate, que tem fruto roxo e pode ser saboreado em forma de compota ou sorvete em Ushuaia, e o michay, alaranjado, com folhas espinhosas.
Muito comuns também são os farolitos chinos, que mais parecem um ninho amarelado no meio das árvores, e o pão-de-índio, um parasita que cresce no tronco da árvore e a mata aos poucos. Dentro desse tumor, aparecem umas frutas amareladas de 2 cm a 5 cm de diâmetro, que eram usadas na dieta dos yamanás.
(MM)


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