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Trilhas ao longo de parque expõem vegetação fueguina
DA ENVIADA ESPECIAL
Guarde um dia todo para fazer trilhas no Parque Nacional
Terra do Fogo, se você for do tipo que encara horas de caminhadas, ou meio dia, se preferir
contemplar alguns dos pontos
mais belos do parque: o lago
Roca, que divide os lados fueguinos do Chile e Argentina, e a
baía Lapataia, que deságua no
canal de Beagle.
Antigo lar dos yamanás, índios da Terra do Fogo, o parque
nacional fica a cerca de 20 km
do centro de Ushuaia e é o fim
da Rota 3, que vem de Buenos
Aires. A área reserva uma ótima
oportunidade para que o visitante conheça a vegetação subantártica típica da região da
Terra do Fogo.
A maneira mais econômica
de chegar até ali é tomar uma
das vans, que cobram 25 pesos
por pessoa pelo traslado de ida
e volta, com horários pré-definidos e partida da esquina das
ruas Maipú com 25 de Maio.
Na guarita de entrada, estrangeiros pagam 20 pesos para
ingressar no parque.
Também é possível acertar o
roteiro com motoristas de táxi,
por cerca de 150 pesos para
duas pessoas e ter liberdade de
parar no caminho, ou pegar
uma excursão por 80 pesos.
Bosque Nothofagus
As trilhas puxadas e populares são a Costera, de 6,5 quilômetros e três horas de duração,
e a Hito 24, de oito quilômetros, ida e volta, e o mesmo
tempo de caminhada.
Pela Costera, margeia-se a
costa no setor da baía Lapataia.
Transita-se por bosques de lenga, observam-se diques construídos por castores, que, trazidos por canadenses, povoaram
a região e viraram uma praga.
Pela Hito 24, o percurso, que
leva a vista do cerro Condor, é
pelas margens do lago Roca. Na
maior parte do tempo é preciso
adentrar num bosque de espécies de Nothofagus, endêmicas.
O que se vêem são muitos troncos e galhos de árvores chamadas lengas caídos no chão. A
raiz da lenga, por causa da ação
do vento, se desprende facilmente, especialmente em áreas
de solos pouco profundos.
Por vezes, parece que não há
saída no bosque para chegar ao
ponto final, mas a sinalização é
precisa. No começo da caminhada, na parte de vegetação
mais rasteira, há coelhos pululando e placas indicando os tipos de arbusto mais comuns
dali: a chaura, com frutos vermelhinhos que podem ser comidos, o calafate, que tem fruto
roxo e pode ser saboreado em
forma de compota ou sorvete
em Ushuaia, e o michay, alaranjado, com folhas espinhosas.
Muito comuns também são
os farolitos chinos, que mais
parecem um ninho amarelado
no meio das árvores, e o pão-de-índio, um parasita que cresce no tronco da árvore e a mata
aos poucos. Dentro desse tumor, aparecem umas frutas
amareladas de 2 cm a 5 cm de
diâmetro, que eram usadas na
dieta dos yamanás.
(MM)
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