São Paulo, quinta-feira, 02 de dezembro de 2010

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Tire tarde para casa de Neruda e parque

Fora do centro, bairro da Bellavista oferece passeio cultural, uma mirada panorâmica da cidade e agito noturno

La Chascona, residência do poeta em Santiago, preserva acervo de coleções, incluindo obras de arte e garrafas

ENVIADA AO CHILE

Aos pés do Cerro San Cristóbal, o segundo ponto mais alto de Santiago, o bairro da Bellavista convida a uma tarde de cultura, à melhor vista da cidade, a uma boa refeição ou mesmo a um momento relaxante nos vários bares.
Além do parque Metropolitano (www.parquemet.cl), que abriga a colina e o zoológico nacional, o bairro tem uma agitada vida noturna e é o endereço de La Chascona, a casa do poeta Pablo Neruda (1904-1973) em Santiago (há mais duas casas de Neruda no Chile; www.fundacionneruda.org).
A casa-museu é uma boa maneira de iniciar uma tarde de passeio por Bellavista. Aberta de terça a domingo, das 10h às 18h, La Chascona, que significa "desgrenhada" em quéchua, foi feita para instalar Matilde Urrutia, dona de cabeleira rebelde, que foi sua terceira mulher.
Quando o terreno-então atravessado por um riacho- foi comprado, Neruda ainda estava casado com sua segunda mulher, Delia del Carril. Na época, La Chascona era uma pequena casa em um endereço discreto, como pedia o relacionamento.
Neruda se separou de Delia em 1955, quando começaram os planos de ampliação da casa. Atualmente, são três prédios, separados por escadas e muito verde.
La Chascona preserva um tanto da personalidade expansiva de Neruda, como as coleções de objetos de outros países -o poeta teve uma longa carreira diplomática.
Apaixonado por barcos, Neruda se inspirou no interior deles para erguer La Chascona, que tem ambientes com cantos arredondados, pé direito baixo e janelas parecidas com escotilhas.
Entre as diversas coleções de Neruda -garrafas de vidro, obras de arte, objetos estrangeiros - há um quadro do pintor mexicano Diego Rivera (1886-1957) e uma luminária projetada pelo arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer.
A casa só pode ser percorrida em visitas guiadas, em inglês (3.500 pesos) e espanhol (2.500).

"SALIR DE CARRETE"
O parque Metropolitano tem atrações -e tamanho- para tomar o resto da tarde.
Ao anoitecer, deixe o parque pela saída da rua Pio Nono e entre diretamente na badalada zona de bares e restaurantes de Bellavista.
Se a ideia é experimentar a noite de Santiago com mais, digamos, fervor, perca-se entre os infinitos bares da região, onde as bebidas vão além do famoso pisco sour. Como dizem os chilenos, aproveite a noite em Santiago para "salir de carrete" -ou seja, sair por aí sem rumo, como um carretel rolando pelo chão...
(MARINA DELLA VALLE)


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