São Paulo, Segunda-feira, 03 de Janeiro de 2000


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Cesaréia tem astros pop em teatro milenar

do enviado especial

A parte mais substanciosa de Cesaréia já ficou para o passado, mas as pedras lá remanescentes ainda ecoam a magnitude da cidadela cuja maior parte foi construída por Herodes, rei da Judéia, em 30 a.C.
Os ecos são ainda mais fortes no monumental teatro romano na entrada de Cesaréia. Mesmo porque ele ainda está em atividade, o que faz do teatro um dos mais antigos do mundo em funcionamento.
Por lá passaram recentemente atrações pop como Eric Clapton, Michael Jackson e Sinéad O'Connor. Entre 10 e 24 de junho de 2000, o teatro recebe um festival de ópera, com a soprano norte-americana Jessye Norman como grande atração.
Cumpre-se assim uma das grandes vocações iniciais de Cesaréia, que, sobretudo nos períodos em que foi dominada pelos romanos (de 37 a.C. a 324 d.C.) e pelos bizantinos (324 d.C. a 638 d.C.), serviu como uma espécie de complexo de entretenimento.
Dele ainda pode-se ver ruínas de um hipódromo, de uma casa de banhos romana e de um pequeno anfiteatro, todos construídos no século 2º d.C.
A proximidade dessas ruínas com o mar Mediterrâneo tempera a beleza da paisagem e indica outra das atividades que nortearam Cesaréia (ou Cesaréia Marítima, como foi batizada por Herodes, em homenagem a Augustus César) durante pelo menos 1.200 anos.
Quando os primeiros habitantes conhecidos da região, os fenícios, lá se estabeleceram, fizeram um porto de grandes proporções. Cesaréia também serviu como abrigo marítimo dos romanos, bizantinos, árabes, cruzados, mamelucos e otomanos.
Neste século o mar que banha Cesaréia também teve importância histórica. Por lá chegaram milhares de judeus impedidos de ingressar no país pelos ingleses entre 1945 e 1948. Membros de um kibutz das redondezas carregavam nos ombros, até a praia, os imigrantes trazidos à noite, em barcos clandestinos.
Alguns anos depois, em 1961, a história de Cesaréia ganhava mais páginas. Em escavações na região da primeira capital da Judéia foi encontrado o registro mais evidente de que Pôncio Pilatos realmente existiu.
Era uma placa indicando que um determinado edifício tinha sido dedicado a "Pontius Pilatus, prefeito da Judéia". A pedra está exposta. (CEM)


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