São Paulo, quinta-feira, 03 de fevereiro de 2011

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Pari reproduz feira boliviana de 220 anos

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A boliviana Esperanza Francisca Yupo de Quispe, 63, mora no bairro paulistano do Pari. Vai a cada dois meses a La Paz para comprar produtos típicos de seu país.
A viagem é geralmente feita de ônibus para conseguir trazer mais produtos e pagar menos excesso de bagagem. "Mas hoje em dia também há limite de peso no ônibus", conta. Tudo o que vende, é comprado na Bolívia.
Esperanza chegou ao Brasil em 1989. Seu marido já estava aqui. Com suas filhas, veio para trabalhar com costura. "Mas não deu certo", lembra. Anos depois, voltou ao seu país, e lembrou-se da tradicional Feria de la Alasita -feira em La Paz que acontece desde 24 de janeiro de 1791- e pensou em trazer artesanatos ao Brasil para comemorar a data.
O ano não se recorda direito, mas acredita ter sido em 1999. "Cheguei a duas ou três semanas do dia 24/1. Fomos à rádio Mundial, que trazia programação voltada a bolivianos em São Paulo e ficamos na porta. Conseguimos pedir para o locutor divulgar que teríamos uma banquinha na praça de Pari, vendendo artesanatos para comemorar a Alasita. Veio muita gente!", lembra.
Desde então, conta, a feira com sabores andinos vem acontecendo todos os domingos na praça Kantuta.
"Antes conseguia trazer até charque, carne seca de lhama, mas hoje não dá." A pergunta "o que é isto?", na tenda de dona Esperanza, é indagação comum quando o cliente é brasileiro.
"São papas lisas, batatas bolivianas. Parecem com a mandioquinha, mas são mais gostosas." E essa outra batata mais escura? "Não, não!". Ela se levanta, escolhe duas, lava-as em uma torneira e volta. "É igual à sua batata, mas tem mais sabor, é menos aguada", diz ela. (RM)


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