DA REDAÇÃO

Primavera de Praga e Revolução de Veludo. Com um intervalo de 21 anos, os dois importantes eventos da história do país no século 20 tiveram o mesmo objetivo: trazer liberdade e democracia a tchecos e eslovacos. A diferença é que a primeira tentativa, em 1968, além de ter sido frustrada, resultou na invasão dos tanques do Pacto de Varsóvia -aliança militar dos países comunistas.
Na época, o líder tcheco Alexander Dubcek tomou um rumo perigoso. Por meio de reformas, ousou propor um "socialismo com face humana" para tornar o sistema menos repressivo e temido. Atraentes para a população, as reformas não foram bem-vistas pelo Kremlim, e a Primavera de Praga foi esmagada.
Anos depois, em 1989, uma semana após a queda do Muro de Berlim, novamente tchecos e eslovacos saíram às ruas pedindo democracia. Uma grande manifestação estudantil tomou as ruas da capital. Só que, dessa vez, a mobilização foi pacífica e, sem que fosse dado um único tiro, tchecos e eslovacos puseram fim a 40 anos de regime totalitário. Por isso, o movimento ganhou o suave nome de Revolução de Veludo. Em 29 de dezembro, a revolução se completou quando Václav Havel, dramaturgo e ex-prisioneiro político, elegeu-se presidente.

De volta ao comunismo
Desde 2001 funciona no centro de Praga o Museu do Comunismo. Uma visita a ele dará uma idéia de como foi a vida dos tchecos entre 1945 e 1989. Didaticamente dividido em seções -Sonho, Realidade e Pesadelo-, o museu reúne fotos e objetos dos primórdios do marxismo-leninismo, mostra documentos, estátuas, peças de propaganda comunista e recria cenários como o da falta de comida nas prateleiras e o de uma sala de interrogatório.
(MARGARETE MAGALHÃES)