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Rabugentos, tchecos não ajudam turista
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Se alguns poucos jovens tchecos demonstram certa simpatia
com os turistas, esse comportamento não é nada comum em
Praga, principalmente por parte
dos mais velhos. A "jóia de pedra", como disse Goethe, é uma
cidade de habitantes rabugentos e
pouco prestativos (e essa não é somente a constatação de um brasileiro, acostumado a sorrisos e docilidades: argentinos, australianos, ingleses, alemães -pessoas
de diversas nacionalidades não ficam nada contentes com o modo
frio e mal-educado do tchecos).
Mas Praga é tão encantadora
que as respostas ríspidas são, de
certo modo, suavizadas. E é até
compreensível que um povo "fechado ao mundo" por causa de
tantas guerras e de um período de
comunismo sinta-se invadido pelos 7 milhões de
turistas que visitam anualmente a
cidade. É como se os tchecos estivessem aprendendo a conviver
com o turismo e, conseqüentemente, com o capitalismo.
E terão que aprender rápido. O
turismo cresceu 15% em 2004. Para 2005, é esperado um aumento
de 10% no número de visitantes.
Em 2004, o turismo injetou US$
4,8 bilhões no país.
Por falar em dinheiro, confira
bem o troco, sobretudo nas barracas de comida na rua: não aconteceu uma, nem duas, mas algumas
vezes, de o valor devolvido ser
menor. Os taxistas não hesitam
em cobrar a mais de turistas. Recentemente, esses profissionais
cobraram mais até do prefeito de
Praga, Pavel Bem. Numa corrida
da praça Starometské ao castelo
de Praga, a viagem custou 500% a
mais do que a tarifa oficial.
Ainda sobre dinheiro, tudo é
barato -com exceção dos cristais
da Boêmia. (R$ 1 compra Kc 8,50
-coroas tchecas)
Outra coisa: os tchecos, quando
há os que falam bem o inglês -e
estes são poucos-, parecem não
gostar de dar informações. Quando dão, não fazem questão de dar
muitas explicações. São breves e
secos. E, por mais que as ruas sejam bem sinalizadas, todas as placas são escritas somente em tcheco. Ou seja: se já é difícil memorizar o nome de uma rua, até o turista identificar o nome na placa
provavelmente já esqueceu qual
rua procurava e terá de olhar novamente no mapa.
Mas o sistema de transporte é
extremamente organizado. O metrô só funciona até a meia-noite,
mas algumas linhas de ônibus
permanecem em atividade 24 horas por dia. Só é bom tomar cuidado na hora de comprar os bilhetes do metrô. Alguns dão direito a apenas uma mudança de linha, e, se o turista for parado por
um policial (e eles andam aos
montes pelas estações) e não estiver com o bilhete correto, está sujeito a pagar uma multa em euros
pela infração. Por isso, leia atentamente as regras, afixadas nas estações, antes de comprar o bilhete.
Em todas as regiões da cidade
há ótimas opções de restaurantes,
bares e cafés. As bagueterias são
ideais para uma pausa no final da
tarde: os lanches e, principalmente, os doces feitos com amoras, cerejas e framboesas são deliciosos.
Nos bares, canecões de meio litro
convidam o turista a degustar as
cervejas (sem gelo) da Boêmia. E
os restaurantes de comidas típicas
abusam das pimentas -não diga
sim se o garçom perguntar se você
quer pimenta extra: são mais fortes que as dos acarajés ditos
"quentes" da Bahia.
No verão e na primavera há
muitos lugares para se divertir até
de manhã. Apesar da escuridão, é
seguro caminhar à noite.
(AA)
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