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BERÇO DOS EUA
Primeira capital do país fica a 1h30min de carro de NY e coleciona, além da história americana, ótimos museus
Centro aglutina atrações da Filadélfia
LUCIANA COELHO
ENVIADA ESPECIAL À FILADÉLFIA
Diferentemente do que acontece com a Europa, destinos múltiplos não costumam ser uma opção para quem viaja aos EUA.
Mas para quem vai a Nova York e
tem pelo menos uma semana de
estada, vale a pena incluir a Filadélfia no programa.
A cidade, que abriga uma parte
importante da história americana
e é dona de um dos melhores museus de arte do país, passou por
uma revitalização nos últimos
anos que não só a deixou mais bonita e segura como a pontuou de
bons restaurantes, lojas e hotéis.
Se o tempo é curto, é possível até
programar a visita para um único
dia, sem pernoite: Filadélfia dista
apenas 90 minutos de carro, ônibus ou trem de Nova York -e
uma passagem de ônibus de ida
pode sair por US$ 10 (R$ 26).
Outra vantagem: a caminhada é
a melhor forma de locomoção na
cidade. Filadélfia nasceu planejada em 1682 e assim se manteve
por muito tempo. Embora seus
atuais 1,5 milhão de habitantes tenham se espalhado bem além do
traçado original, as atrações principais estão relativamente aglutinadas na região central. Também
é ali que está a vida noturna, que
embora não seja muito diversificada, é bastante animada.
Hospedado no centro, é possível ir a pé até o parque da Independência -que na verdade é
um conjunto de construções históricas e de parque não tem nada.
É ali que fica o prédio que abrigou
o primeiro Congresso americano.
Também é ali que foi criado um
pequeno museu para o célebre Sino da Liberdade, que há 230 anos
convocava os deputados para as
sessões e que hoje, por conta de
uma dupla rachadura no bronze,
não retumba mais.
Tratam-se, ambas, de atrações
gratuitas. Mas como não poderia
deixar de ser em um museu americano, há uma ampla loja oferecendo de livros e blusões de moletom a bonecos de pano do político-inventor-jornalista Benjamin
Franklin, o personagem mais célebre a morar na cidade.
Nascido em Boston, Franklin
viveu a maior parte de sua vida
adulta na Filadélfia, onde foi responsável pela criação do primeiro
hospital da cidade, pela American
Philosofical Society, pela primeira
biblioteca e por melhorias urbanas como pavimentação e iluminação. Um passeio a pé pelo bairro histórico (Old City) leva aos locais onde ele viveu e ainda serve
para admirar a bela -e preservada- arquitetura da cidade, de colonização holandesa.
Não é só de turismo histórico
que vive a Filadélfia. O Museu de
Arte da Filadélfia (www.philamuseum.org) abriga uma das mais
ricas coleções de arte asiática do
país, com destaque para o acervo
do Irã e da Índia. Há uma longa
seção de desenhos italianos e quadros célebres, como o recém-adquirido "Jovem Sentada aos Virginais", do flamengo Johannes
Vermeer (1632-1675).
Até 15/5, exibe uma retrospectiva com mais de 200 obras de Salvador Dalí (1904-1989). O ingresso para essa mostra custa US$ 23
(R$ 60 para adultos) e US$ 20 (R$
52 para estudantes).
Não deixe de visitar, perto dali,
o Museu Rodin (www.rodinmuseum.org), que, além de ser a
maior coleção particular de obras
de Auguste Rodin (1840-1917) fora de Paris, celebra 75 anos de
existência nos EUA, trazendo versões de bronze e de gesso de
"Eterna Primavera" do artista.
Outro programa imperdível
-não para os olhos, mas para o
estômago- é devorar um Philly
Cheese Stake no Pat King of Stakes (na 9th avenue com a Passyunk avenue, no sul da cidade).
Pat é o inventor do sanduíche.
A fila é longa porém rápida: há
regras quase ritualísticas para fazer o pedido, mas o turista desavisado será salvo por uma minuciosa explicação afixada na parede. O
sanduíche, que custa US$ 6,50 (R$
17), não tem segredos: são nacos
de carne com queijo (americano,
provolone e uma espécie de molho cremoso chamado de cheese
whiz) e cebolas ao gosto do freguês, num pão aparentado da ciabatta. Mas o resultado dá de dez a
zero no mais popular hambúrguer. Bom sinal: embora tenha se
tornado atração turística, o Pat's
lota de locais, como pode ser atestado em dia de jogo de futebol.
Outra opção barata é comer em
Chinatown -o bairro sino-americano da Filadélfia é de longe o
mais organizado entre seus semelhantes na costa nordeste dos
EUA. Já para um jantar um pouco
mais sofisticado, escolha um dos
diversos estabelecimentos da
Walnut avenue ou suas perpendiculares, que servem de comida
cubana a francesa, passando pela
italiana e pela irlandesa.
Finalmente, não deixe de experimentar os doces e os sorvetes locais. A melhor pedida é o More
Than Just Ice Cream (1.119 Locust
Street), que, como o nome sugere,
serve sobremesas que fazem as
vezes de uma refeição completa.
Isso, claro, se calorias não forem
problema. Caso sejam... bem, elas
podem ser queimadas com uma
caminhada depois.
Museu de Arte da Filadélfia - Benjamin Franklin parkway com 26th st.; de
ter. a dom., das 10h às 17h (às quartas,
fecha às 20h45)
Museu Rodin - Benjamin Franklin parkway com 22nd st.; de ter. a dom., das 10h
às 17h.
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