São Paulo, quinta-feira, 03 de março de 2005

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BERÇO DOS EUA

Primeira capital do país fica a 1h30min de carro de NY e coleciona, além da história americana, ótimos museus

Centro aglutina atrações da Filadélfia

LUCIANA COELHO
ENVIADA ESPECIAL À FILADÉLFIA

Diferentemente do que acontece com a Europa, destinos múltiplos não costumam ser uma opção para quem viaja aos EUA. Mas para quem vai a Nova York e tem pelo menos uma semana de estada, vale a pena incluir a Filadélfia no programa.
A cidade, que abriga uma parte importante da história americana e é dona de um dos melhores museus de arte do país, passou por uma revitalização nos últimos anos que não só a deixou mais bonita e segura como a pontuou de bons restaurantes, lojas e hotéis. Se o tempo é curto, é possível até programar a visita para um único dia, sem pernoite: Filadélfia dista apenas 90 minutos de carro, ônibus ou trem de Nova York -e uma passagem de ônibus de ida pode sair por US$ 10 (R$ 26).
Outra vantagem: a caminhada é a melhor forma de locomoção na cidade. Filadélfia nasceu planejada em 1682 e assim se manteve por muito tempo. Embora seus atuais 1,5 milhão de habitantes tenham se espalhado bem além do traçado original, as atrações principais estão relativamente aglutinadas na região central. Também é ali que está a vida noturna, que embora não seja muito diversificada, é bastante animada.
Hospedado no centro, é possível ir a pé até o parque da Independência -que na verdade é um conjunto de construções históricas e de parque não tem nada. É ali que fica o prédio que abrigou o primeiro Congresso americano. Também é ali que foi criado um pequeno museu para o célebre Sino da Liberdade, que há 230 anos convocava os deputados para as sessões e que hoje, por conta de uma dupla rachadura no bronze, não retumba mais.
Tratam-se, ambas, de atrações gratuitas. Mas como não poderia deixar de ser em um museu americano, há uma ampla loja oferecendo de livros e blusões de moletom a bonecos de pano do político-inventor-jornalista Benjamin Franklin, o personagem mais célebre a morar na cidade.
Nascido em Boston, Franklin viveu a maior parte de sua vida adulta na Filadélfia, onde foi responsável pela criação do primeiro hospital da cidade, pela American Philosofical Society, pela primeira biblioteca e por melhorias urbanas como pavimentação e iluminação. Um passeio a pé pelo bairro histórico (Old City) leva aos locais onde ele viveu e ainda serve para admirar a bela -e preservada- arquitetura da cidade, de colonização holandesa.
Não é só de turismo histórico que vive a Filadélfia. O Museu de Arte da Filadélfia (www.philamuseum.org) abriga uma das mais ricas coleções de arte asiática do país, com destaque para o acervo do Irã e da Índia. Há uma longa seção de desenhos italianos e quadros célebres, como o recém-adquirido "Jovem Sentada aos Virginais", do flamengo Johannes Vermeer (1632-1675).
Até 15/5, exibe uma retrospectiva com mais de 200 obras de Salvador Dalí (1904-1989). O ingresso para essa mostra custa US$ 23 (R$ 60 para adultos) e US$ 20 (R$ 52 para estudantes).
Não deixe de visitar, perto dali, o Museu Rodin (www.rodinmuseum.org), que, além de ser a maior coleção particular de obras de Auguste Rodin (1840-1917) fora de Paris, celebra 75 anos de existência nos EUA, trazendo versões de bronze e de gesso de "Eterna Primavera" do artista.
Outro programa imperdível -não para os olhos, mas para o estômago- é devorar um Philly Cheese Stake no Pat King of Stakes (na 9th avenue com a Passyunk avenue, no sul da cidade). Pat é o inventor do sanduíche.
A fila é longa porém rápida: há regras quase ritualísticas para fazer o pedido, mas o turista desavisado será salvo por uma minuciosa explicação afixada na parede. O sanduíche, que custa US$ 6,50 (R$ 17), não tem segredos: são nacos de carne com queijo (americano, provolone e uma espécie de molho cremoso chamado de cheese whiz) e cebolas ao gosto do freguês, num pão aparentado da ciabatta. Mas o resultado dá de dez a zero no mais popular hambúrguer. Bom sinal: embora tenha se tornado atração turística, o Pat's lota de locais, como pode ser atestado em dia de jogo de futebol.
Outra opção barata é comer em Chinatown -o bairro sino-americano da Filadélfia é de longe o mais organizado entre seus semelhantes na costa nordeste dos EUA. Já para um jantar um pouco mais sofisticado, escolha um dos diversos estabelecimentos da Walnut avenue ou suas perpendiculares, que servem de comida cubana a francesa, passando pela italiana e pela irlandesa.
Finalmente, não deixe de experimentar os doces e os sorvetes locais. A melhor pedida é o More Than Just Ice Cream (1.119 Locust Street), que, como o nome sugere, serve sobremesas que fazem as vezes de uma refeição completa. Isso, claro, se calorias não forem problema. Caso sejam... bem, elas podem ser queimadas com uma caminhada depois.


Museu de Arte da Filadélfia - Benjamin Franklin parkway com 26th st.; de ter. a dom., das 10h às 17h (às quartas, fecha às 20h45)

Museu Rodin - Benjamin Franklin parkway com 22nd st.; de ter. a dom., das 10h às 17h.


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