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Garotas dispensam sono até no trajeto de volta
Excursão inquieta vira opção para fãs de festivais que não teriam companhia para encarar viagem
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A semana foi cansativa e ela
não via a hora de o ônibus chegar. Mas não era para casa que a
advogada Francieli Schultz, então com 24 anos, queria ir naquela sexta-feira, 12 de maio de
2006. E não é para onde ela irá
amanhã, ao sair do trabalho.
O ônibus em que vai embarcar seguirá ao Skol Beats. Detalhe: saindo de Florianópolis, os
passageiros do chamado "Bus
Session" vão encarar 11 horas
de viagem. O descanso? Bom,
esse será ao som de um DJ, que
não deve parar um minuto até
que todos cheguem a São Paulo.
Exatamente como aconteceu
no ano passado.
A catarinense Francieli repetirá a dose nesta oitava edição
do Skol Beats com as mesmas
duas amigas -Francine e Maria Ester. Elas se conheceram
na excursão em um anúncio de
rádio e, desde então, tornaram-se fãs de aventuras rumo a
eventos de música eletrônica.
Às 23h de amanhã sairão de
Florianópolis e irão se juntar
aos outros notívagos que preferirem deixar o cansaço de lado
para começar a entrar no clima
da balada antes mesmo de caírem na dança no parque
Anhembi ao som de alguns dos
nomes mais esperados de sábado, como Fabio & Grooverider
e Shapeshifters.
No ano passado, a excursão
percorreu os 705 quilômetros
entre Florianópolis e São Paulo
ao som de Rodrigo Varela, 30.
"Fui tocando house, que considero agradável a todos os ouvidos e que pode ser escutado em
um volume não tão alto", conta
o DJ da ilha, que passou a viagem inteira de olhos bem abertos e acabou descobrindo um
lado malabarista para equilibrar o equipamento e o próprio
corpo no vai-e-vem de aceleradas e freadas.
Para aqueles que gastaram os
R$ 299 (valor das passagens de
ida e volta com ingresso; estudantes pagam R$ 239, já que há
meia-entrada para o festival),
mas estão com receio de não
agüentar barulho por tantas
horas, Francieli dá a boa notícia: "Quando o sono bate, é só
subir ao mezanino para dormir
um pouco". Também ali há a
opção de assistir a um vídeo
com o show de uma banda ou a
um filme. Para retomar as
energias, os passageiros podem
recorrer ao "open bar", que oferece água, refrigerantes e, claro,
energéticos.
O idealizador do "Bus Session", Fabio Nunes, 29, queria
oferecer um transporte para
esse tipo de festa que ultrapassasse o conceito de excursão.
"Pensei em uma alternativa para fãs, fossem fãs de uma banda,
de um artista ou de um evento."
A presença do DJ tem o objetivo de amenizar as horas de
viagem com uma opção de entretenimento. Colocar pessoas
com um interesse em comum
também atrai aqueles que não
cogitariam a viagem pelo simples fato de não ter companhia.
Quem virou amigo em 2006 fez
comunidade no Orkut e muitos
se falam até hoje.
Uma das duas amigas de
Franciele, Maria Ester Hard,
27, lembra que a chegada do
ônibus ao Skol Beats rendeu
aos novos colegas uma aparição
na televisão. "Uma equipe da
MTV estava gravando no estacionamento do evento. Quando
o apresentador viu que nosso
ônibus tinha DJ, entrou lá e
mostrou o trabalho do Varela,
fez entrevistas com o pessoal."
A melhor parte da viagem,
para o trio de amigas, ficou
mesmo para o final. Nada de
desânimo! Varela voltou a Florianópolis se equilibrando... e,
de novo, tocando.
(PPR)
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