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CAMINHOS CEARENSES
Passeio de buggy cobre zona desértica e beira-mar
Rota até Ponta Grossa percorre litoral rumo ao RN e, na direção do vilarejo do Cumbe, entrecorta dunas
DA ENVIADA ESPECIAL AO CEARÁ
Nos caminhos sobre as areias de Canoa Quebrada, os bugueiros fazem duas rotas que extrapolam o jargão "com ou sem emoção" -sequer citado pelo
condutor-, deixando outra experiência, bem menos passageira que o frio na barriga.
Uma delas, até o Cumbe,
adentra a zona desértica e acaba num oásis verde, onde vive a
comunidade rural do Cumbe e
suas labirinteiras. A outra, até Ponta Grossa,
em direção à divisa com o Rio
Grande do Norte, exalta a contemplação à beira do mar. Entre uma e outra, faça as duas.
O tour até o vilarejo passa pela histórica sede do município,
Aracati, antigo centro de charque no século 18. Após cruzar
uma ponte, o buggy continua a
corrida por uma estrada de
chão batido até entrar nas dunas. Elas parecem não ter fim.
No Ceará, as dunas são livres
para as manobras dos bugueiros e, por isso, longas -se comparadas às de Genipabu (RN).
A natureza foi muito generosa nesse pedaço de terra cearense. Sobre a areia, avistam-se
o oceano, lagos e o delta do rio
Jaguaribe, além do manguezal.
Uma igreja no meio do verde sinaliza a chegada ao Cumbe, esse oásis cearense, a oeste de Canoa Quebrada.
Segundo tour
O trajeto de 35 km até Ponta
Grossa, em Icapuí, dura três
horas, com algumas paradas. As
falésias são o grande destaque
desse trecho. Nas cores branca
e vermelha, dão sinal de vida
em Majorlândia, a 3 km de Canoa Quebrada. O lugar merece
ser lembrado, porque dali se tira a areia para as garrafas coloridas do Ceará.
Em seguida, em Quixabá, há
outro lugar memorável. O cânion chamado de Garganta do
Diabo, com formação de areia,
encastelada e pontiaguda.
A escolha da praia de Ponta
Grossa como ponto final antes
da volta tem uma explicação. As
cores parecem saídas de uma
palheta, e o visual é uma pintura. Vindo de baixo, o mato verde com as flores rosa de salsa-da-praia fixando a duna amarela; a falésia laranja-avermelhada no alto e, ao fundo, as pedras
pretas encravadas no mar azul.
No sossego de Ponta Grossa,
se vê o vaivém de buggies, de kite-surfistas esperando o vento
certo para sair e de algumas famílias de 4x4 dando uma paradinha para um banho de mar.
É o lugar para relaxar antes
de voltar -não sem antes escalar uma duna de cerca de 60
metros. Deixe a preguiça de lado. Tire 15 minutos para andar
sobre a areia fofa que escorre
como uma ampulheta a cada
passada e, principalmente, imite os nativos de Retiro Grande e
desça a duna pulando, vendo o
mar no horizonte. É delicioso.
Finalize na barraca do Sidrak
(0/xx/88/9963-4401), pedindo
uma lagosta com farofa e arroz
para duas pessoas (R$ 27). Não
renegue a musse de limão de
sobremesa, uma oferta da casa.
(MARGARETE MAGALHÃES)
Associação dos Bugueiros de Canoa
Quebrada - o passeio até Ponta Grossa
custa R$ 170, de duas a quatro pessoas; o tour até o Cumbe custa R$ 150;
até o delta, R$ 170
tel.: 0/xx/88/3421-7175
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