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Thereza Eboli conhece 101 países, já fez 52 cruzeiros e tem mais dois agendados para 2004
Octogenária é encontrada no mar ou no ar
DA REPORTAGEM LOCAL
Com 52 cruzeiros e 101 países
na bagagem, Thereza Eboli, 84, já
tem outras duas viagens de navio
seguidas programadas para o ano
que vem. "Não vou nem descer do
navio. Meu entusiasmo é contagiante. Numa ocasião, reuni 25
amigas num cruzeiro."
Batizada ao mar em 1938, Thereza conta ter fotos dos primeiros
navios que chegaram ao país e lamenta que o glamour tenha se
perdido ao longo dos anos.
"Meu marido costumava colocar três smokings na mala para
embarcar. Hoje o pessoal está desacostumado. Eu faço questão de
vestir longo para ver se ensino alguém como se vestir num navio."
Ela diz ter ficado chocada ao viajar num transatlântico americano
e ver um passageiro usar smoking
e tênis numa noite de gala.
Thereza diz se sentir muito à
vontade a bordo. "Parece que a
senhora está andando na cozinha
da sua casa", lhe disse o fotógrafo
do Costa Tropicalia em março
deste ano. "Participo de tudo e já
ganhei muitas medalhas de campeonato de tranca e prêmios por
ter viajado mais que os outros
passageiros. Danço até de madrugada e só não vou à discoteca porque a minha cara não ajuda."
Os cruzeiros são seu estilo de
viagem preferido. "Se tivesse me
aposentado mais cedo [o que
aconteceu em 1977], eu trabalharia no navio, nem que fosse para
ficar na recepção."
As pessoas brincam que é mais
fácil encontrá-la no mar ou no ar.
E sempre foi assim. "Trabalhei 40
anos como gerente da Caixa Econômica Federal e nunca vendi minhas férias. Eu saía da Caixa e ia
direto para o aeroporto."
Suas viagens diminuíram um
pouco quando o marido morreu,
há cerca de dez anos, mas depois
ela arrumou amigos para acompanhá-la nos roteiros.
"Em 2000, fiquei oito meses viajando e apenas quatro no Brasil.
[Naquele ano, do Jubileu], visitei a
Itália três vezes." Neste ano, ela visitou a República Dominicana,
Cancún e a Riviera Maia, no México. "Tomava piña colada todo
dia, no almoço e no jantar."
Tamanha disposição ela mantém em terra e talvez aí esteja o segredo da sua longevidade. Sempre passa a tarde no clube e faz ginástica. "Não quero ficar uma velha "caidassa"."
(MARISTELA DO VALLE)
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