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São Paulo, segunda-feira, 03 de novembro de 2003

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Centro esportivo de Chichen Itzá abrigava esporte que tinha características de basquete e de futebol

Sítio guarda quadra olímpica indígena

DO ENVIADO ESPECIAL AO MÉXICO

As ruínas maias de Chichen Itzá, na península de Yucatán, a 200 km de Cancún, guardam importantes relíquias da arqueologia.
O complexo de ruínas é um registro da vida militar, espiritual, agrícola, esportiva e científica da civilização maia.
Uma grande pirâmide (El Castillo, ou o castelo) servia de calendário solar. A sombra de cada dia recai sobre diferentes degraus. O prédio é a sensação do lugar: os turistas sofrem para subir seus 91 degraus.
A soma das escadarias dos quatro lados totalizam 364 degraus, um para cada dia do ano.
Para conhecer todas as edificações do parque, basta disposição para caminhar. Guias apontam o quartel, a capela, o observatório (El Caracol), o cemitério, templos e palácios que remetem à adoração dos deuses daquele povo, tudo sempre acompanhado de explicações sobre a engenharia e a arquitetura maias, ambas ligadas aos estudos da astronomia.
Os maias, que teriam surgido em Yucatán por volta de 2.600 a.C., fundaram Chichen Itzá ("a boca do poço") em meados de 550 d.C., ao lado de dois poços: um considerado sagrado e outro tido como profano.
O lugar, no princípio, era um centro de rituais sagrados. Resquícios dessas cerimônias, como objetos religiosos, crânios e esqueletos, podem ser vistos no poço que era considerado sagrado. Os moradores de Chichen Itzá eram governantes e sacerdotes importantes da nobreza da época.
Arqueólogos estimam que a cidade foi abandonada no século 14. A falta de água na região teria sido um dos motivos. Quando os espanhóis chegaram ali, só encontraram ruínas, fruto da guerra de Chichen Itzá com povos maias-toltecas das cidades de Uxmal e Mayapan.

Olimpíada maia
Além de ter abrigado diversas cerimônias espirituais, a cidade teria sido o maior centro esportivo da civilização maia, sede de uma espécie de Olimpíada.
A arena esportiva de Chichen Itzá é citada como a maior de todos os sítios arqueológicos localizados no México.
O esporte praticado por eles consistia numa mistura de basquete com futebol. A bola era de borracha (existia muito desse material próximo à arena) e, no lugar de traves, havia arcos de pedra bem grandes. Não se podia usar as mãos, somente os pés, e vencia a equipe que chutasse mais bolas dentro dos arcos, como se marcasse gols. (RODRIGO RAINHO)


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