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ANTILHANA
Casas bermudenses têm reservatórios para aproveitar líquido do céu, que é usado para consumo diário
Telhados brancos
abastecem nativos com água da chuva
DO ENVIADO ESPECIAL ÀS BERMUDAS
Imagina-se que quem vai às
Bermudas volte da viagem falando da natureza, da cor do mar e da
areia rosa. Não estranhe se ouvir
sobre um detalhe aparentemente
banal, porém impossível de passar despercebido aos olhos do viajante: os telhados bermudenses.
Todos brancos, bem brancos,
eles são especiais para os moradores. Captam a água da chuva, que
tem valor enorme para os habitantes da ilha. Eles dependem dela
para o consumo, para cozinhar,
tomar banho ou regar o jardim, já
que não há água potável por ali.
Nada de lagos ou de rios.
A água na ilha, portanto, é proporcionada principalmente por
aquela que é enviada pelo céu
(além da água mineral engarrafada, importada).
Se chover durante a sua estada,
fique feliz, pois, sem a chuva, os
bermudenses teriam sérios problemas. Conta-se que eles nunca
ficaram sem água. Quando chove,
os habitantes das Bermudas se
cumprimentam e fazem o seguinte comentário: "Bom dia para o
reservatório".
Dos céus
Os telhados têm agentes purificadores e são construídos com
degraus inclinados e interligados
que usam a gravidade para direcionar a água da chuva da parte
superior para a sua área mais inferior. Nessa parte do telhado, um
ralo recebe o líquido, que é dirigido para uma cisterna localizada
embaixo da casa, com todos os
cuidados necessários para o uso.
Como a chuva não é suficiente,
além da água caída dos céus, que,
através dos telhados, é armazenada em mais de 21 mil reservatórios, capta-se também a dos lençóis freáticos. A diferença é que o
consumo da água, no primeiro
caso, é quase imediato. No segundo, levam-se dois anos para os
lençóis freáticos serem formados
a partir das águas da chuva.
(JULIO ABRAMCZYK)
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