São Paulo, segunda-feira, 03 de dezembro de 2001

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FIM DE ANO

Sede de viajar ao exterior acabou e turistas revêem planos para as festas

Turista programa Natal em casa

DA REUTERS

Era uma vez uma época em que no Natal as pessoas tinham o hábito de viajar para o exterior. Mas a recessão e a guerra em território afegão, como o personagem do filme "Grinch", quase roubaram o Natal. Agora que o mundo mudou, de Tóquio ao Kuait, o recado tem sido o mesmo: passar a data em casa e sem muita ostentação.
A sede por viajar acabou em setembro, com aproximadamente 30% menos passageiros voando para os EUA, comparado ao mesmo mês do ano anterior.
Muitos ocidentais que moram no Kuait não voarão para casa no Natal de 2001. "Os americanos atacaram [o Afeganistão] no Ramadã [mês sagrado para os muçulmanos], então eles [terroristas] devem contra-atacar durante o Natal", disse um ocidental que cancelou os planos anuais de passar o fim de ano nos EUA.
Na Grécia, o turismo sofreu uma queda de "pelo menos 80% desde setembro", lamentou o porta-voz de uma agência de viagens no país, e os gregos devem viajar de carro com suas famílias.
Na Itália, os resorts de esqui receberão mais italianos. "Estamos recebendo ligações de pessoas que dizem que neste ano o plano é ficar perto de casa no Ano Novo em vez de voar para Paris ou Viena", disse o porta-voz do resort de esqui La Thuile.
Com seis semanas de férias anuais e alguns dos melhores salários da Europa, os alemães, que, de acordo com a Organização Mundial do Turismo, gastaram US$ 50 bilhões em 44 milhões de viagens no exterior em 2000, revêem planos de viagem de Natal.
"Primeiro vou passar o Natal com a família e depois viajo para a Áustria para ficar uma semana nas montanhas", afirmou Ulrich Meyer, de Colônia, na Alemanha.
Países de maioria muçulmana também sentem os efeitos dos ataques contra os EUA com a queda no turismo. "Bali, tão popular, está sofrendo por ser parte da Indonésia muçulmana", disse o porta-voz do Escritório de Turismo do Japão. Por outro lado, o famoso hotel Imperial, em Tóquio, não tem do que reclamar. "Muitos hóspedes nos contam que eles planejavam viajar para o exterior, mas decidiram ficar", disse um representante do hotel.


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