São Paulo, quinta-feira, 03 de dezembro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

SUL DA BAHIA
Após o percurso pelo rio, turista aproveita parada em quintal de pescador para degustar caranguejos

Passeio pelo Buranhém revela mangue

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE ARRAIAL D'AJUDA

O rio Buranhém nasce na pedra do Cachorro, na serra dos Aimorés, em Santo Antônio de Jacinto (MG), e tem 148 km de curso (cerca de cem estão na Bahia) até sua foz, no oceano Atlântico. Dizem os locais, com orgulho, que o Buranhém serviu como via para os portugueses chegarem a Porto Seguro.
No ciclo do cacau, barcos carregados com a fruta subiam e desciam pelas águas do rio. Hoje, apenas pequenas embarcações de pescadores locais dominam o rio. Muitas delas navegam apenas com a força dos remos de seus marinheiros.
Ao longo de todo o percurso há um trecho de mangue. Quando a maré está mais baixa, é possível ver a terra lodosa e as raízes saltadas e retorcidas das árvores. Não é preciso muita atenção para ver, quase camufladas na lama, levas de pequenos caranguejos chama-maré.
Ao menor movimento da água eles rumam à terra firme. São pequeninos e mexem a pata na direção do rio, como se "chamassem a maré" Com menos de uma hora na água, o barco atraca em um ancoradouro no terreno do pescador que atende pelo nome de seu Tancinho. Ele vive em uma casa simples, no leito do rio, com sua mulher, dona Helena.
No quintal, em meio às mesas de madeira, há árvores, palmeiras de dendê e caranguejos guaiamum. O visitante pode escolher o caranguejo que quer comer. Dona Helena limpa e cozinha o bichinho, servido com vinagrete ou pirão (em média R$ 10 por pessoa) numa das mesas do quintal.
O caranguejo é servido inteiro e, para facilitar o que os baianos chamam de "cata" (a quebra da casca para saborear a carne), seu Tancinho oferece uma tábua e um martelinho, muito charmosos, produzidos por ele mesmo.
Quem quiser conhecer um pouco mais do Buranhém pode subir outro trecho do rio, de canoa, até a ilha do Pau do Macaco (o passeio sai por cerca de R$ 30). Em algumas partes, há belos igarapés floridos, e a água e o entorno lembram os caudalosos rios amazônicos. A bordo da lancha ou da canoa, a brisa que vem do rio faz com que o visitante sinta menos o calor. Mas não se iluda.
Antes de sair, passe protetor solar e leve um boné. Tenha sempre um repelente à mão. Se tiver de esperar a maré subir no quintal de seu Tancinho, passe repelente nas pernas. O lugar é simples e muito bem cuidado. Um ou outro borrachudo ou formiga que escapa do veneno que o pescador aplica nas mesas faz pequenos e chatos estragos. (ANA SOUSA)


ECO ADVENTURE EXPEDIÇÕES

O passeio sai por R$ 70 por pessoa (com um mínimo de cinco pessoas)
Reservas: 0/xx/73/3575-8568




Texto Anterior: Arraial d'Ajuda mescla história do Brasil e ecologia
Próximo Texto: Windsurfe e passeios de caiaque levam à Pitinga
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.