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TURISMO EQUESTRE PELO MUNDO
Passeio permite explorar, sem pressa, a região no interior de SP que integra o Circuito do Café com Leite
Em Mococa, cavalgada tem cafezal e fazendas antigas
Luisa Alcantara e Silva/Folha Imagem
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Os cavaleiros Monica Serra (à frente), Antonio Rodrigues, Laura Rossetti Barretto Ribeiro, João Paulo Moreira e Eugenio Mazzoli (ao fundo) em cavalgada na região de Mococa
LUISA ALCANTARA E SILVA
DA ENVIADA ESPECIAL A MOCOCA
No noroeste paulista, uma cidade chama a atenção quando o
assunto é turismo equestre.
Mococa, a 120 km de São Paulo,
faz parte do Circuito do Café
com Leite, e cerca de 30 fazendas históricas recebem turistas
que buscam passeios a cavalo.
Uma das famílias precursoras das cavalgadas turísticas na
região é a de Leonor Rossetti
Rais, 68, dona da fazenda Nova
(www.fazendanova.com).
Nos anos 80, ela e sua filha
Laura davam aula de equitação
para crianças, mas viram que o
negócio poderia crescer e criaram a opção da cavalgada. A
área onde era a senzala então
foi reformada para receber turistas e, desde então, elas só viram o negócio crescer.
"Muita gente gosta das cavalgadas, mesmo os que não são
praticantes", diz Laura Rossetti Barretto Ribeiro, 46, filha de
Leonor e representante da sétima geração da família de açorianos que chegaram à região.
"Mococa é uma região linda,
muito boa para ser explorada a
cavalo, sem pressa", diz Laura.
O dia do turista-cavaleiro na
fazenda Nova é puxado: às
7h30 o café já está na mesa,
com direito a um bolo de pão
de queijo de fazer qualquer um
esquecer o regime... Depois, é
hora de arrear os cavalos. Antes
de sair para a cavalgada, há um
reconhecimento entre o cavalo
e o cavaleiro: em um pasto pequeno, o turista monta no animal para que os dois se conheçam. Reconhecimento feito, é
hora de partir. O início da trilha
reserva alguns momentos de
mais emoção, pois é em um trecho de mata fechada.
Uma vez realizado no Circuito do Café com Leite, o passeio
inclui, claro, trilhas por plantações de café. Se for antes da colheita, é possível provar o café
no pé -amargo, mas mais doce
que quando moído no tradicional cafezinho. Milharais e canaviais também compõem as
paisagens do passeio.
Depois de quatro horas cavalgando, há uma parada, para
que os cavaleiros e os cavalos
descansem. Ponto da parada:
um curral. É ali mesmo que o
grupo vai almoçar. Após tirar o
arreio dos animais e deixá-los
com feno e água por perto, o
grupo começa o banquete, trazido por um carro dirigido por
Leonor e seu marido, Jan Rais:
azeitonas pretas, sanduíches
de peru, de presunto, bolo e suco -colocados em uma toalha
sobre uma pilha de madeira.
Sem luxo nenhum, mas com
muito capricho e tempero.
Mais uma meia horinha para
descansar as pernas e o grupo
parte de novo. Em alguns trechos, é preciso ir pelo acostamento. Laura dá as coordenadas para que todos tomem cuidado com os carros e segue.
Antes do entardecer, chega-se ao destino final do dia, a fazenda Serra de Santa Mônica,
cuja sede rosada vai passar por
uma reforma.
Antes de soltar os cavalos no
pasto para que eles descansem,
os cavaleiros dão um banho neles com esguicho.
Ao descer da sela no fim do
primeiro dia, a dor começa. O
movimento das pernas é atingido por dores musculares e o
melhor a fazer é dar uma alongada. Depois, hora do banho.
No jantar, uma carne de fogão a
lenha repõe as energias perdidas durante o dia.
Na hora de dormir, a sensação é a de que o corpo pesa algumas toneladas, tamanho o
cansaço causado por um dia cavalgando. Como as refeições, a
hospedagem nas fazendas históricas também é simples -o
que de maneira alguma quer
dizer ruim. Ao contrário: os
quartos com janelas e pé direito enormes são bastante agradáveis. E, depois de um dia cavalgando, a única coisa que você quer é uma cama.
No dia seguinte, a dor ainda
persiste. Mas, já em cima do cavalo, o corpo se reacostuma à
posição e está pronto para mais
uma batelada de quilômetros
sobre o cavalo.
A cavalgada feita pela reportagem da Folha -cerca de 40
quilômetros percorridos em
dois dias- termina na fazenda
Santo Antônio da Água Limpa,
do cafeicultor José Pereira Lima que, junto com sua mulher,
Renata, recebe os visitantes
com comidas naturais, como
aperitivo de broto de bambu.
A sede, fundada em 1822,
funciona como ponto para pernoite em cavalgadas maiores e
como hotel-fazenda (mais informações pelo telefone 0/xx/19/3695-4107).
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