São Paulo, quinta-feira, 04 de março de 2010

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TURISMO EQUESTRE PELO MUNDO
Passeio permite explorar, sem pressa, a região no interior de SP que integra o Circuito do Café com Leite

Em Mococa, cavalgada tem cafezal e fazendas antigas

Luisa Alcantara e Silva/Folha Imagem
Os cavaleiros Monica Serra (à frente), Antonio Rodrigues, Laura Rossetti Barretto Ribeiro, João Paulo Moreira e Eugenio Mazzoli (ao fundo) em cavalgada na região de Mococa

LUISA ALCANTARA E SILVA
DA ENVIADA ESPECIAL A MOCOCA

No noroeste paulista, uma cidade chama a atenção quando o assunto é turismo equestre.
Mococa, a 120 km de São Paulo, faz parte do Circuito do Café com Leite, e cerca de 30 fazendas históricas recebem turistas que buscam passeios a cavalo.
Uma das famílias precursoras das cavalgadas turísticas na região é a de Leonor Rossetti Rais, 68, dona da fazenda Nova (www.fazendanova.com).
Nos anos 80, ela e sua filha Laura davam aula de equitação para crianças, mas viram que o negócio poderia crescer e criaram a opção da cavalgada. A área onde era a senzala então foi reformada para receber turistas e, desde então, elas só viram o negócio crescer.
"Muita gente gosta das cavalgadas, mesmo os que não são praticantes", diz Laura Rossetti Barretto Ribeiro, 46, filha de Leonor e representante da sétima geração da família de açorianos que chegaram à região. "Mococa é uma região linda, muito boa para ser explorada a cavalo, sem pressa", diz Laura.
O dia do turista-cavaleiro na fazenda Nova é puxado: às 7h30 o café já está na mesa, com direito a um bolo de pão de queijo de fazer qualquer um esquecer o regime... Depois, é hora de arrear os cavalos. Antes de sair para a cavalgada, há um reconhecimento entre o cavalo e o cavaleiro: em um pasto pequeno, o turista monta no animal para que os dois se conheçam. Reconhecimento feito, é hora de partir. O início da trilha reserva alguns momentos de mais emoção, pois é em um trecho de mata fechada.
Uma vez realizado no Circuito do Café com Leite, o passeio inclui, claro, trilhas por plantações de café. Se for antes da colheita, é possível provar o café no pé -amargo, mas mais doce que quando moído no tradicional cafezinho. Milharais e canaviais também compõem as paisagens do passeio.
Depois de quatro horas cavalgando, há uma parada, para que os cavaleiros e os cavalos descansem. Ponto da parada: um curral. É ali mesmo que o grupo vai almoçar. Após tirar o arreio dos animais e deixá-los com feno e água por perto, o grupo começa o banquete, trazido por um carro dirigido por Leonor e seu marido, Jan Rais: azeitonas pretas, sanduíches de peru, de presunto, bolo e suco -colocados em uma toalha sobre uma pilha de madeira. Sem luxo nenhum, mas com muito capricho e tempero.
Mais uma meia horinha para descansar as pernas e o grupo parte de novo. Em alguns trechos, é preciso ir pelo acostamento. Laura dá as coordenadas para que todos tomem cuidado com os carros e segue.
Antes do entardecer, chega-se ao destino final do dia, a fazenda Serra de Santa Mônica, cuja sede rosada vai passar por uma reforma.
Antes de soltar os cavalos no pasto para que eles descansem, os cavaleiros dão um banho neles com esguicho.
Ao descer da sela no fim do primeiro dia, a dor começa. O movimento das pernas é atingido por dores musculares e o melhor a fazer é dar uma alongada. Depois, hora do banho. No jantar, uma carne de fogão a lenha repõe as energias perdidas durante o dia.
Na hora de dormir, a sensação é a de que o corpo pesa algumas toneladas, tamanho o cansaço causado por um dia cavalgando. Como as refeições, a hospedagem nas fazendas históricas também é simples -o que de maneira alguma quer dizer ruim. Ao contrário: os quartos com janelas e pé direito enormes são bastante agradáveis. E, depois de um dia cavalgando, a única coisa que você quer é uma cama.
No dia seguinte, a dor ainda persiste. Mas, já em cima do cavalo, o corpo se reacostuma à posição e está pronto para mais uma batelada de quilômetros sobre o cavalo.
A cavalgada feita pela reportagem da Folha -cerca de 40 quilômetros percorridos em dois dias- termina na fazenda Santo Antônio da Água Limpa, do cafeicultor José Pereira Lima que, junto com sua mulher, Renata, recebe os visitantes com comidas naturais, como aperitivo de broto de bambu.
A sede, fundada em 1822, funciona como ponto para pernoite em cavalgadas maiores e como hotel-fazenda (mais informações pelo telefone 0/xx/19/3695-4107).


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