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TURISMO EQUESTRE PELO MUNDO
Eles dizem que vão lutar para conseguir permissão para cavalgar em unidades de conservação ambiental
Cavaleiros querem ir a parque nacional
DA ENVIADA ESPECIAL A MOCOCA
O turismo equestre está crescendo no Brasil, de acordo com
Paulo Junqueira, presidente da
Associação Brasileira de Turismo Equestre e proprietário da
agência Cavalgadas Brasil. E
uma das discussões que estão
na pauta da associação no momento é a entrada de cavalgadas em parques nacionais.
Segundo Ricardo Araújo,
coordenador-geral substituto
de visitação e negócios do ICMBio (Instituto Chico Mendes de
Conservação da Biodiversidade), órgão do governo federal,
não há nenhuma lei que proíba
os passeios a cavalo nos parques nacionais, mas sim um
"direcionamento técnico que
tem sido feito ao longo dos anos
que recomenda a proibição".
"Pode na Europa, pode nos
Estados Unidos, só aqui que
não pode", afirma o cavaleiro
Carlos Oscar Niemeyer, um dos
responsáveis por levar o debate
aos órgãos públicos.
"Queremos achar uma forma
de isso acontecer aqui no Brasil, e que seja feito com todo o
cuidado para a preservação",
afirma o cavaleiro. Ele acredita
que as cavalgadas nos parques
nacionais, além de gerarem
renda para os parques, seriam
educativas. "Se você permitesse que grupos responsáveis e
idôneos programassem passeios a cavalo dentro de um
parque, e que fossem criadas
regras para que isso ocorresse
sem dano à essa área de preservação, seria fantástico. Porque
você criaria uma nova fonte de
renda para o próprio parque e
educaria os visitantes."
De acordo com Araújo, do
ICMBio, a questão é complicada. "Há o problema da transmissão, porque o cavalo pode
ser um vetor de transmissão de
doenças para os animais selvagens." Ele diz que só seria possível cavalgadas dentro dessas
unidades de conservação com
cavalos criados propriamente
para essa finalidade. "Teriam
de ser animais que não poderiam estar andando no entorno
dos parques, onde há criação de
gado, para que não houvesse
transmissão de doenças para os
animais silvestres que estamos
tentando proteger", diz.
Outra questão apontada por
ele é a do pisoteio do animal.
"Quando o cavalo anda, o pisoteio dele é muito intenso e bastante danoso, o que degrada a
trilha", diz. Degrada, de acordo
com Araújo, porque a terra fica
compactada onde o cavalo pisa,
e fica impermeabilizada. Com a
impermeabilização, a água não
infiltra e escorre pelo solo. "Aí a
trilha vira uma voçoroca", afirma Araújo.
"Então, tem de haver uma série de medidas de contenção
para diminuir possíveis impactos nas trilhas. Teríamos de ter
trilhas adaptadas e com manutenção especial, além de um estudo dizendo que ali não vai ter
erosão", diz.
"Hoje a nossa luta é prover
trilhas boas para os nossos visitantes. Há um grupo discutindo
a questão do cavalo, mas não há
nenhuma definição. Tem de
ver realmente se é uma prática
que vale a pena", afirma Araújo.
"A ideia é deixar para os parques nacionais para as pessoas,
e aí deixar as zonas de entorno
para as cavalgadas", diz.
De acordo com ele, as cavalgadas são permitidas nas zonas
em volta dos parques nacionais, áreas que são preparadas
para isso.
(LUISA ALCANTARA E SILVA)
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