São Paulo, quinta-feira, 04 de outubro de 2007

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DELÍRIO DE PEDRO

Locais oferecem iniciação na arte russa

Galeria Tretyakov e museu Russo são passeios imprescindíveis para descoberta da pintura do país

EM MOSCOU E SÃO PETERSBURGO

O começo da descoberta da diversa e apurada pintura russa demanda visitas a pelo menos dois lugares: o museu Russo, em São Petersburgo, e a galeria Tretyakov, em Moscou.
Ambos propõem um passeio fundamental pela história das artes plásticas do país até, pelo menos, o início do século 20 -daí em diante, a história fica a cargo da Nova Galeria Estatal Tretyakov, também em Moscou, e de outras dezenas de museus artísticos no país.
Quem nunca se propôs a conhecer a arte russa vive uma surpresa atrás da outra nas salas da Tretyakov. Os paisagistas são imperdíveis - o que, de certo modo, faz justiça a um país imenso e naturalmente belo como a Rússia. Logo se destaca Fiódor Vasiliev (1850-1873).
São fantásticos os feitos desse artista, morto precocemente. Entre os grandes mestres russos surge Ivan Aivazovsky (1817-1900). Sua telas, que revelam o pleno domínio da cor e da luz, remetem ao inglês William Turner (1775-1851), e não é demais dizer que ambos são reverenciados em igual proporção nos seus países.
Faz ombro com Aivazovsky, outro grande paisagista, este dono de uma história folclórica.
No auge da fama, Arkhip Ivanovich Kuindji (1842-1910) virou ermitão, em 1883, e só mostrava suas obras-primas para os amigos. Seus quadros noturnos e misteriosos estão entre as grandes obras de todos os tempos na Rússia.
O país tem uma história marcada por guerras, massacres e disputas de território, sendo esperado que seus pintores procurassem captar essas tragédias em suas obras.
Nenhum parece tão rico quanto Vassíli Vereschaguin (1842-1904), uma espécie de "fotógrafo de guerra" munido de pincéis e tintas. O pintor lutou em três guerras e acabou morto durante o conflito contra o Japão, quando uma mina atingiu o navio em que estava.
Vereschaguin pintou cenas cruéis como "Exibição de Troféus", uma pilha de cabeças cortadas durante a guerra com a Turquia (1877-1878).
Outros importantes artistas russos retrataram episódios históricos, como Ilya Repin (1844-1930), cujo exemplo marcante é o quadro em que Ivan, o Terrível (1530-1584), abraça o filho moribundo, atingido na cabeça com um pedaço de ferro pelo próprio czar.
No museu Russo, em São Petersburgo, Repin volta a brilhar, em duas salas que exibem obras monumentais, com destaque para um grupo de homens empurrando um barco no rio Volga, pintado entre 1870 e 1873. (RUBENS VALENTE)


MUSEU RUSSO
rua Inzhenernaya, 4, São Petesburgo. Quanto: 270 rublos (R$ 20; estudante paga 135 rublos, ou R$ 10); a autorização para tirar fotos custa 100 rublos (R$ 7,50)
www.rusmuseum.ru

GALERIA ESTATAL TRETYAKOV
Lavrushinskiy, 10, Moscou. Quanto: 225 rublos (R$ 16,75; estudante paga 130 rublos, ou R$ 9,70)


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