São Paulo, quinta-feira, 04 de outubro de 2007

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DELÍRIO DE PEDRO

Impressionismo francês é destaque de grandes coleções

Hermitage e Museu Estatal Púchkin de Belas Artes surgiram a partir de uma mesma coleção de arte

EM MOSCOU E SÃO PETERSBURGO

O turista interessado em conhecer o estupendo acervo de arte impressionista francesa mantido pelo Estado russo deve ir a dois museus, o Hermitage, em São Petersburgo, e o Museu Estatal Púchkin de Belas Artes, em Moscou. Eles abrigam hoje as coleções antes pertencentes a dois industriais, Sergei Shchukin (1854-1936) e Ivan Morozov (1871-1921).
Formadas a partir do final do século 19, as coleções foram tomadas pelo Estado russo dois anos depois da revolução bolchevique de 1917 e divididas: metade foi para o Púchkin, metade para o Hermitage. Os critérios da partilha parecem obscuros, pois há obras dos mesmos pintores em ambos os museus, e há obras de um mesmo pintor em um único museu.
O gosto vanguardista dos colecionadores Shchukin e Morozov levou-os a comprar muitas obras renegadas em seus próprios países, o que garantiu à Rússia obras-primas dos principais impressionistas e pós-impressionistas.
O primeiro cuidado do visitante em relação ao museu moscovita é não entrar no prédio errado. O aviso soa trivial, mas o museu Púchkin é, na verdade, um complexo de seis prédios, e não há qualquer explicação pública e acessível sobre o acervo exato de cada edifício -os guias de viagem são também precários nesse quesito.
A coleção impressionista fica em um prédio do outro lado da rua do edifício principal, a cerca de 500 metros da praça Vermelha. Visitar o museu Púchkin de Belas Artes é passear por um dos períodos mais ricos da história da arte. Lá estão obras de todos os principais franceses que deram novos rumos às artes plásticas, como Géricault (1791-1824), Ingres (1780-1867), Delacroix (1798-1863), Jean Corot (1796-1875), com dez obras, e Jean-François Milliet (1814-1875), bem representado por uma obra, datada de 1850, que retrata trabalhadores no campo, o que antecipou a tendência impressionista de procurar as cenas ao ar livre.
O visitante já satisfeito com as belas obras de Edgar Degas (1832-1917) e Edouard Manet (1832-1883) ficará feliz com a sala dedicada a Claude Monet (1840-1926). São 11 quadros exemplares de momentos distintos da carreira do mestre, retratos de rochedos de Belle-Ile e do Parlamento inglês e três das suas famosas variações da catedral Rouen ao pôr-do-sol.
O museu mantém 15 obras de Paul Cézanne (1839-1906), incluindo uma representação de sua obsessão, o monte Sainte-Victoire, e outras 15 de Paul Gauguin (1848-1903), grupo do qual se destaca "O Taiti é o Paraíso", onde o céu tem amarelo intenso e a areia, em cor-de-rosa, parece saltar da tela.
Afora os mestres, ainda há surpresas como Luigi Loir (1845-1916), autor de uma memorável cena do subúrbio parisiense envolto pela neblina. (RV)


MUSEU ESTATAL PÚCHKIN
Rua Volkhonka, 12; estação de metrô Kropotkinskaya; de ter. a dom., das 10h às 18h; ingresso: 300 rublos (R$ 22,32; estudante paga 150 rublos, ou R$ 11,16); o museu não aceita cartões de crédito

www.museum.ru/gmii


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