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DELÍRIO DE PEDRO
Impressionismo francês é destaque de grandes coleções
Hermitage e Museu Estatal Púchkin de Belas Artes surgiram
a partir de uma mesma coleção de arte
EM MOSCOU E SÃO PETERSBURGO
O turista interessado em conhecer o estupendo acervo de
arte impressionista francesa
mantido pelo Estado russo deve ir a dois museus, o Hermitage, em São Petersburgo, e o
Museu Estatal Púchkin de Belas Artes, em Moscou. Eles
abrigam hoje as coleções antes
pertencentes a dois industriais,
Sergei Shchukin (1854-1936) e
Ivan Morozov (1871-1921).
Formadas a partir do final do
século 19, as coleções foram tomadas pelo Estado russo dois
anos depois da revolução bolchevique de 1917 e divididas:
metade foi para o Púchkin, metade para o Hermitage. Os critérios da partilha parecem obscuros, pois há obras dos mesmos pintores em ambos os museus, e há obras de um mesmo
pintor em um único museu.
O gosto vanguardista dos colecionadores Shchukin e Morozov levou-os a comprar muitas
obras renegadas em seus próprios países, o que garantiu à
Rússia obras-primas dos principais impressionistas e pós-impressionistas.
O primeiro cuidado do visitante em relação ao museu
moscovita é não entrar no prédio errado. O aviso soa trivial,
mas o museu Púchkin é, na verdade, um complexo de seis prédios, e não há qualquer explicação pública e acessível sobre o
acervo exato de cada edifício
-os guias de viagem são também precários nesse quesito.
A coleção impressionista fica
em um prédio do outro lado da
rua do edifício principal, a cerca de 500 metros da praça Vermelha. Visitar o museu Púchkin de Belas Artes é passear por
um dos períodos mais ricos da
história da arte. Lá estão obras
de todos os principais franceses
que deram novos rumos às artes plásticas, como Géricault
(1791-1824), Ingres (1780-1867), Delacroix (1798-1863),
Jean Corot (1796-1875), com
dez obras, e Jean-François Milliet (1814-1875), bem representado por uma obra, datada
de 1850, que retrata trabalhadores no campo, o que antecipou a tendência impressionista
de procurar as cenas ao ar livre.
O visitante já satisfeito com
as belas obras de Edgar Degas
(1832-1917) e Edouard Manet
(1832-1883) ficará feliz com a
sala dedicada a Claude Monet
(1840-1926). São 11 quadros
exemplares de momentos distintos da carreira do mestre, retratos de rochedos de Belle-Ile
e do Parlamento inglês e três
das suas famosas variações da
catedral Rouen ao pôr-do-sol.
O museu mantém 15 obras de
Paul Cézanne (1839-1906), incluindo uma representação de
sua obsessão, o monte Sainte-Victoire, e outras 15 de Paul
Gauguin (1848-1903), grupo do
qual se destaca "O Taiti é o Paraíso", onde o céu tem amarelo
intenso e a areia, em cor-de-rosa, parece saltar da tela.
Afora os mestres, ainda há
surpresas como Luigi Loir
(1845-1916), autor de uma memorável cena do subúrbio parisiense envolto pela neblina.
(RV)
MUSEU ESTATAL PÚCHKIN
Rua Volkhonka, 12; estação de metrô Kropotkinskaya; de ter. a dom.,
das 10h às 18h; ingresso: 300 rublos (R$ 22,32; estudante paga 150
rublos, ou R$ 11,16); o museu não
aceita cartões de crédito
www.museum.ru/gmii
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