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ÁFRICA DO SUL
Sítio arqueológico integrará parque; reino Mapungubwe sugere que África era parte da comunidade global
Parque sul-africano revela antigo reinado
GERSHWIN WANNEBURG
DA REUTERS
Por muito tempo, sul-africanos
contavam uma história segundo a
qual a região havia sido habitada
por um reino sofisticado. Mas como outros capítulos da história da
população negra no país, essa
também nunca foi ensinada nas
escolas durante o apartheid, para
não contradizer a visão da supremacia branca.
Uma década depois do fim do
apartheid na África do Sul, está
sendo dado o crédito ao reino de
Mapungubwe, uma civilização
que alcançou seu auge entre os
anos 1220 e 1290 -como o centro
de um parque destinado a destacar uma civilização que provou
que o mito de os africanos serem
inferiores em relação aos colonizadores europeus estava errado.
Responsáveis esperam que o
parque seja integrado ao famoso
Kruger National Park.
O parque deverá se tornar parte
de uma área de conservação
"transfronteiriça", dividida entre
Zimbábue, África do Sul e Botsuana, beneficiando todos os países
onde o reino Mapungubwe exerceu seu poder.
"Até agora esse lugar era desconhecido", disse Sigwavhu Limu,
um membro do movimento cultural Vhagona, que promove as
culturas vhagona e venda, consideradas as descendentes do reino.
O reinado cobria 30 mil km2 no
que é hoje África do Sul, Zimbábue e Botsuana, com uma capital
com 5.000 habitantes, reconhecida como um centro econômico,
político e cultural da região antes
de a sociedade se desintegrar,
provavelmente devido a alguma
dramática mudança climática.
Acredita-se que o reinado, cujo
nome significa "o lugar do chacal" no idioma venda, foi o primeiro na região com uma estrutura social complexa construída
ao redor de um rei, que tinha status de semideus.
Na região sul da África, o reino
de Mapungubwe só era rivalizado
pelo vizinho Grande Zimbábue,
uma cidade de pedra do século 14
erguida no começo da decadência
do reino sul-africano.
"Ao contrário da crença de que
a África era primitiva e isolada,
Mapungubwe nos mostra que o
continente já foi parte da comunidade global", disse Nikki Haw, assistente de assuntos culturais da
Universidade de Pretória, que liderou as escavações desde 1930.
Autoridades esperam que o renascimento da lenda do reino de
Mapungubwe aumente o número
de empregos e espalhe crescimento econômico pela região de Limpopo, uma das Províncias mais
pobres e negligenciadas de toda a
África do Sul.
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