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BAHIA PRIMITIVA
Pousadas oferecem pouco luxo e conscientizam seus hóspedes; proximidade da capital é perigo iminente
Hotéis preservam ar de paraíso perdido
DO ENVIADO ESPECIAL A MARAÚ
A 17 km de Itacaré e a 200 km de
Salvador, a península de Maraú
ainda sobrevive ao turismo predatório. Ali ainda não se avistam
latas de refrigerantes vazias e pacotes de salgadinhos jogados na
areia, o que acontece na sua vizinha mais pop. Não há diversos
guarda-sóis enfileirados nem
muita gente disputando o metro
quadrado de areia. Ainda há
praias desertas.
Muito da tranqüilidade do local
se deve à atuação dos hotéis ali
instalados, que buscam estimular
um turismo mais consciente dos
danos ao ambiente. Uma dessas
pousadas, a da Lagoa do Cassange
- próxima a uma lagoa de água
azul que a batiza- quer mostrar
aos hóspedes a beleza simples que
existe por lá.
Maraú encanta pela paisagem e
pela possibilidade de olhar para
os dois lados e não ver ninguém.
No entanto, nesse momento, passa pela cabeça: "Quanto tempo isso vai durar?".
A pergunta é inevitável ao observar o que aconteceu a Porto Seguro, à vizinha Itacaré e a Morro
de São Paulo, três lugares próximos da capital baiana que foram
tomados por multidões, pelo turista que joga garrafa na areia e no
mar. Locais nos quais a infra-estrutura não comporta a quantidade de visitantes, onde falta água e
coleta de lixo.
A península de Maraú quer o
aumento do turismo -que traz
benefícios aos moradores- sem
torná-lo massificado. Enquanto o
modelo dá certo, é possível caminhar pela praia e não ver pegadas.
Não há TV, o celular não pega na
maior parte da região, ar-condicionado não existe e banco e banca de jornal estão a quilômetros
de distância. A energia é a luz solar -e apenas o suficiente para
acender as lâmpadas-, mas ninguém reclama disso.
(FERNANDO DONASCI)
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