São Paulo, quinta-feira, 05 de fevereiro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Sem o gelo colorido, a sombria arquitetura comunista impera

DO ENVIADO ESPECIAL A HARBIN

Com quase 10 milhões de habitantes, Harbin, na antiga Manchúria, está a 1.300 km de Pequim. Já foi conhecida como Moscou do Oriente nos anos 20, quando milhares de russos se mudaram para lá após a Revolução Bolchevique. Foi rota de comércio entre os portos de Dalian, na China, e de Vladivostok, na Rússia.
O principal calçadão de Harbin, recém-restaurado, remete a grandes cidades europeias, com construções belle époque de sua fase russa. Sobram algumas igrejas ortodoxas, como a catedral de Santa Sofia, mas vários templos foram destruídos na Revolução Cultural.
Réplicas em gelo da Vênus de Milo e do Pensador de Rodin são exibidas pelo calçadão, onde os vendedores gritam para atrair fregueses e criam danças para driblar o vento.
Nos últimos anos, a cidade, que viu suas fábricas de indústria pesada e complexos militares falirem, começou a atrair investimentos com incentivos fiscais - assim Harbin atraiu a fábrica da brasileira Embraer.
Neste mês, a cidade abriga a Universidae, uma espécie de Olimpíada de universitários que reúne 4.000 atletas de 50 países. O investimento foi superior a US$ 400 milhões.
O problema de Harbin é quando as temperaturas sobem (no verão, chega a 21C). Após o derretimento do gelo, o que fica é a onipresente mistura de arquitetura stalinista e maoísta, de prédios imensos e pesados. O gelo colorido e infantil é a salvação de Harbin.


Texto Anterior: Em parque, tobogã de gelo esfria, e aeróbica polar aquece
Próximo Texto: China: Serviços e infraestrutura testam a paciência de turistas estrangeiros
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.