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Sem o gelo colorido, a sombria arquitetura comunista impera
DO ENVIADO ESPECIAL A HARBIN
Com quase 10 milhões de habitantes, Harbin, na antiga
Manchúria, está a 1.300 km de
Pequim. Já foi conhecida como
Moscou do Oriente nos anos
20, quando milhares de russos
se mudaram para lá após a Revolução Bolchevique. Foi rota
de comércio entre os portos de
Dalian, na China, e de Vladivostok, na Rússia.
O principal calçadão de Harbin, recém-restaurado, remete
a grandes cidades europeias,
com construções belle époque
de sua fase russa. Sobram algumas igrejas ortodoxas, como a
catedral de Santa Sofia, mas vários templos foram destruídos
na Revolução Cultural.
Réplicas em gelo da Vênus de
Milo e do Pensador de Rodin
são exibidas pelo calçadão, onde os vendedores gritam para
atrair fregueses e criam danças
para driblar o vento.
Nos últimos anos, a cidade,
que viu suas fábricas de indústria pesada e complexos militares falirem, começou a atrair
investimentos com incentivos
fiscais - assim Harbin atraiu a
fábrica da brasileira Embraer.
Neste mês, a cidade abriga a
Universidae, uma espécie de
Olimpíada de universitários
que reúne 4.000 atletas de 50
países. O investimento foi superior a US$ 400 milhões.
O problema de Harbin é
quando as temperaturas sobem
(no verão, chega a 21C). Após o
derretimento do gelo, o que fica
é a onipresente mistura de arquitetura stalinista e maoísta,
de prédios imensos e pesados.
O gelo colorido e infantil é a salvação de Harbin.
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