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China
Serviços e infraestrutura testam a paciência de turistas estrangeiros
DO ENVIADO ESPECIAL A HARBIN
Apesar do apetite global por
espetáculos kitsch, Harbin está
longe de ser uma Dubai do gelo.
Na primeira quinzena de janeiro, a mais movimentada da
temporada de frio, só 15 mil estrangeiros visitaram Harbin
(contra 1,1 milhão de chineses).
A maioria dos visitantes é de
russos, que cruzam a fronteira
também para comprar casacos
de pele a preços chineses.
Como em boa parte da China,
com exceção de Pequim e Xangai, a falta de infraestrutura
exige paciência e dureza em
qualquer negociação. No aeroporto de Harbin, em pleno balcão de informações, o funcionário tentou enganar o repórter da Folha, dizendo que não
havia ônibus para o centro da
cidade, a 60 km dali. Dizia que
o único meio era o táxi, a 300
yuans (R$ 100). Há ônibus regulares, a 20 yuans (R$ 6,7).
Taxistas em Harbin se recusaram a ligar o taxímetro ao ver
o turista estrangeiro. Os preços
cobrados são de três a quatro
vezes maiores. Algumas frases
em chinês são fundamentais
para mostrar que o turista não
é completamente enganável.
Ainda assim, na volta, o repórter foi surpreendido quando o taxista parou na estrada
para recolher dois amigos que
também iam ao aeroporto.
Ele não checou se o "favor"
eram bem-vindo e ainda quis
aumentar, no final, o preço da
corrida compartilhada. Discutir pode significar ser abandonado na estrada, a - 19C.
A higiene também pode chocar. No café-restaurante Rússia, de 1914, que serve pratos do
país vizinho, as garçonetes chinesas se negaram a trocar uma
toalha visivelmente usada várias vezes, dizendo que estava
"mais ou menos limpa".
Em restaurantes, um pedido
pode provocar longa demora
ou esboços de assembleias de
funcionários, que se reúnem
para discutir se devem atender
ou não o desejo do cliente.
Com farto turismo interno,
padrões internacionais não são
prioridade em Harbin.
(RJL)
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