São Paulo, quinta-feira, 05 de abril de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PARQUE NACIONAL

Alguns locais, afastados de Lençóis, Palmeiras ou Mucugê, só têm acesso por estradas esburacadas

Distância entre atrações pede pouso alternado

DO ENVIADO ESPECIAL À CHAPADA DIAMANTINA

Há guias que afirmam que 28 dos 57 municípios da Chapada Diamantina são turísticos, mas para se chegar a esse número é preciso incluir cidades que, embora possuam grutas, cachoeiras ou trilhas interessantíssimas, têm nenhuma ou quase nenhuma infra-estrutura para receber visitantes.
As cidades da Chapada que, além de atrativos naturais, têm centenas de leitos em pousadas ou hotéis no mínimo de categoria turística são Mucugê, Lençóis, Palmeiras e Andaraí.
Para quem for ficar mais de uma semana, vale alternar o local de hospedagem. A Chapada é imensa, havendo, por exemplo, atrações a mais de 200 quilômetros de Lençóis, só acessíveis por grandes trechos de estradas de terra esburacadas.
Mesmo não contando com o apelo turístico de Lençóis, Mucugê, que tem mais de 70% da sua renda proveniente da agricultura, é tranqüila e fotogênica, sem pobreza evidente e com casario também colorido.
Uma curiosidade é a festa de São João, de 15 a 24 de junho, com apresentações da filarmônica local e café da manhã diários e gratuitos.
Outras atrações são o cemitério Bizantino -que é de 1855 e tem túmulos brancos de arquitetura variada e inusitada- e o Parque Municipal de Mucugê.
No município de Ibicoara, o que imanta visitantes é a cachoeira do Buracão, de 95 metros. Para chegar lá, são 30 quilômetros de van e mais duas horas de trilha. Se não tiver nenhum pacote prévio, fale com a ACVIB (Associação de Condutores de Visitantes de Ibicoara), no centrinho, para ir até lá.
O final da cachoeira revela uma das melhores "ecorrecompensas" da Chapada: um cânion com aproximadamente 3 metros de largura e 90 metros de altura. É por ele que passa a água da cachoeira, em correnteza, após a queda.
Com os guias, o turista se aproxima da cachoeira por uma das paredes do cânion. Nos dias em que a água vem com mais força, ela "chove" forte em quem está nas paredes. Você se segura nas pedras como pode. Lembra uma situação pós-naufrágio. Não parece que as pessoas estão ali porque querem.
Mas depois você se joga na água e, sem precisar nadar, por causa da correnteza, está cercado por um dos mais improváveis cenários que já apreciou.


Texto Anterior: Trecho
Próximo Texto: Parque Nacional: Gestão municipal serve de exemplo a reserva nacional
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.