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PARQUE NACIONAL
Quase 300 vezes menor e com mais do que o dobro de funcionários, iniciativa em Mucugê funciona
Gestão municipal serve de exemplo a reserva nacional
DO ENVIADO ESPECIAL À CHAPADA
DIAMANTINA
Se seguisse o exemplo de um
parque municipal, o Parque
Nacional da Chapada Diamantina viveria dias melhores.
Criado em 1985 por pressão
de ambientalistas e moradores
contra o garimpo e a pecuária, o
parque nacional ainda não vingou: os primeiros terrenos
(dois deles, total até hoje) só foram desapropriados no ano
passado. Não há nem plano de
manejo, projeto que mapeia a
unidade e estabelece diretrizes.
Em documento, o Ibama lista
os problemas da área: "Garimpos artesanais, incêndios, caça
e comercialização de plantas
ornamentais e cristais".
Chefe do parque há dois
anos, Alessandro Marcuzzi, 33,
ressalva que as queimadas já
afetaram mais de 5% da área do
parque em alguns anos, mas em
2006 esse total foi de 1,7%.
Sobre o plano de manejo, a
previsão é de que fique pronto
até o final deste ano.
É uma realidade contrastante com a do Parque Municipal
de Mucugê, que sabe que recebeu exatos 13.186 visitantes em
2006 e tem e trilhas sinalizadas, estacionamento, centro de
informações, laboratório, escritório, cozinha e alojamentos.
O garimpo, ali, se resume às
peças do Museu Vivo do Garimpo. Antes de caminhar com
os guias, aprende-se o que há de
melhor no parque e o que é ou
não permitido fazer. As trilhas
foram delimitadas a partir de
imagens de satélite.
Para oferecer tirolesa, rapel e
rafting a partir do segundo semestre deste ano, estão sendo
feitos estudos. O parque é monitorado 24 horas por dia (por
guias com GPS, binóculos e rádios) e abre todos os dias. Há
uma taxa de ingresso de R$ 5.
A principal riqueza é a sempre-viva, flor usada em buquês
-e explorada irregularmente
no parque nacional.
A intenção, no Parque Municipal de Mucugê, é explorá-la
comercialmente. O gestor do
parque, Euvaldo Ribeiro Júnior, 32, diz que a sempre-viva
é muito valorizada em países
como EUA e Japão e lembra
que, como ela dura 50 anos, os
buquês podem passar de avó
para neta. Ele diz que já há 90%
da tecnologia de cultivo necessária para viabilizar a comercialização da flor.
Júnior, que é filho de coletores de sempre-vivas (seu pai
também foi garimpeiro) e está a
frente de tantas iniciativas, não
execra o Ibama: lembra que a
área do parque nacional é muito maior (são 1.520 km2 contra
5,4 km2) e monitorada por menos funcionários (5 contra 13).
Ele apenas lamenta que, além
dessas desvantagens, o parque
nacional seja "engessado, burocrático". "A gestão tem que ter
certa autonomia", afirma.
Na Chapada Diamantina há
ainda o Parque Estadual do
Morro do Chapéu. Criado em
1998, tem 460 km2.
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