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[!]Foco
Passar um mês sozinho em Londres transforma receio em independência
PRISCILA PASTRE-ROSSI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Missão: passar um mês em
Londres para estudar inglês.
Marcos Bernardo Rodrigues,
25, é deficiente visual e estava
apreensivo no início deste ano:
era a primeira vez que fazia
planos para viajar sozinho.
O primeiro passo do advogado paulistano foi ir até a Central de Intercâmbio (www.ci.com.br) informar-se sobre os
cursos que se encaixavam ao
seu perfil e que aceitassem estudantes com necessidades especiais. Dias depois, a resposta: a Embassy Ces (www.embassyces.com) aguardava Rodrigues, mesmo sem ter material em braile.
Os próximos passos, ainda
no Brasil, foram encontrar um
lugar para ficar, arrumar um
notebook adaptado, providenciar um traslado e estudar inglês todos os dias. "Para se
aventurar assim, não é preciso
dominar a língua, mas é fundamental ter um inglês razoável", aconselha.
A falta do material ideal durante as aulas foi compensada
pela amizade de professores e
alunos, que ditavam a matéria
e davam todo o respaldo de
que ele precisasse. Com os colegas -e, por vezes, sozinho- ,
conheceu os principais pontos
turísticos de Londres.
As facilidades de locomoção,
como condições das calçadas,
semáforos sonoros e instalações do metrô -algumas linhas contam com elevadores e
até máquinas automáticas de
informações- surpreenderam Rodrigues.
Tudo o que diz respeito à
acessibilidade é, de fato, muito
superior à realidade das ruas
paulistanas.
Mas o que mais lhe causou
surpresa foram os londrinos.
"Esperava encontrar um povo
frio, mas me deparei com pessoas extremamente solícitas,
que têm um enorme prazer
em ajudar, em ser útil."
Vale ficar atento aos descontos que algumas atrações
-e até casas noturnas- oferecem aos portadores de deficiência em Londres. Informações sobre os descontos podem ser obtidas no Holiday
Care Service (www.holidaycare.org.uk). Estando por lá, vá até a 2 Old Bank Chambers,
Station Road, Horley, Surrey.
Para dicas específicas sobre
facilidades em teatros, cinemas, ônibus e restaurantes, a
dica é procurar o Artsline
(www.artsline.org.uk; tel.:
00/ xx/44/20/7388 2227).
A receptividade do povo e a
forma como a cidade está preparada para receber portadores de necessidades especiais
fizeram com que a apreensão
da véspera se transformasse
na vontade de Rodrigues repetir a experiência. Uma nova visita está em seus planos. Desta
vez, possivelmente, para cursar uma pós-graduação.
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