São Paulo, quinta-feira, 05 de julho de 2007

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[!]Foco

Passar um mês sozinho em Londres transforma receio em independência

PRISCILA PASTRE-ROSSI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Missão: passar um mês em Londres para estudar inglês. Marcos Bernardo Rodrigues, 25, é deficiente visual e estava apreensivo no início deste ano: era a primeira vez que fazia planos para viajar sozinho.
O primeiro passo do advogado paulistano foi ir até a Central de Intercâmbio (www.ci.com.br) informar-se sobre os cursos que se encaixavam ao seu perfil e que aceitassem estudantes com necessidades especiais. Dias depois, a resposta: a Embassy Ces (www.embassyces.com) aguardava Rodrigues, mesmo sem ter material em braile.
Os próximos passos, ainda no Brasil, foram encontrar um lugar para ficar, arrumar um notebook adaptado, providenciar um traslado e estudar inglês todos os dias. "Para se aventurar assim, não é preciso dominar a língua, mas é fundamental ter um inglês razoável", aconselha.
A falta do material ideal durante as aulas foi compensada pela amizade de professores e alunos, que ditavam a matéria e davam todo o respaldo de que ele precisasse. Com os colegas -e, por vezes, sozinho- , conheceu os principais pontos turísticos de Londres.
As facilidades de locomoção, como condições das calçadas, semáforos sonoros e instalações do metrô -algumas linhas contam com elevadores e até máquinas automáticas de informações- surpreenderam Rodrigues.
Tudo o que diz respeito à acessibilidade é, de fato, muito superior à realidade das ruas paulistanas.
Mas o que mais lhe causou surpresa foram os londrinos. "Esperava encontrar um povo frio, mas me deparei com pessoas extremamente solícitas, que têm um enorme prazer em ajudar, em ser útil."
Vale ficar atento aos descontos que algumas atrações -e até casas noturnas- oferecem aos portadores de deficiência em Londres. Informações sobre os descontos podem ser obtidas no Holiday Care Service (www.holidaycare.org.uk). Estando por lá, vá até a 2 Old Bank Chambers, Station Road, Horley, Surrey.
Para dicas específicas sobre facilidades em teatros, cinemas, ônibus e restaurantes, a dica é procurar o Artsline (www.artsline.org.uk; tel.: 00/ xx/44/20/7388 2227).
A receptividade do povo e a forma como a cidade está preparada para receber portadores de necessidades especiais fizeram com que a apreensão da véspera se transformasse na vontade de Rodrigues repetir a experiência. Uma nova visita está em seus planos. Desta vez, possivelmente, para cursar uma pós-graduação.


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