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Mansão de Confúcio espelha vida de nobre
NA CHINA
Qufu, a uma noite de trem
leito de Nanquim (leia texto na
página F6), é uma cidade pequena e pacata, mas de grande
importância histórica e cultural por ser a terra de Kong Zi
(551 a.C.-479 a.C.), o Confúcio.
Kong Zi fundou o confucionismo, que não é uma religião,
embora tenha sido cultuado
como tal, mas uma filosofia baseada num código de ética que
regula a conduta do indivíduo
e os princípios do bom governo. Defendia que tanto os indivíduos quanto os Estados devem se comportar de forma
plácida, moderada e em respeito às leis, evitando extremos e
excessos.
Por um lado, o confucionismo refletia os ideais de uma sociedade feudal e estática tão caros à classe dominante. Por outro, teve grande impacto na
cultura chinesa ao valorizar a
educação, a organização e o
bom convívio social.
Confúcio não foi reconhecido durante sua vida, uma época em que o Estado chinês estava fragmentado e em guerra.
Mas, após sua morte, em 479
a.C., sua filosofia foi adotada,
de forma cada vez mais entusiástica, por gerações de governantes. Tornou-se quase uma
religião, o que pode ser comprovado pela existência de diversos templos de Confúcio.
Pelos motivos acima -e por
ser uma cidade tranquila e silenciosa, onde tudo pode ser
feito a pé ou de bicicleta-, Qufu é um dos pontos altos de
uma viagem à China.
Há três atrações principais: a
mansão de Confúcio, o templo
de Confúcio, ambos no centro,
e a floresta de Confúcio.
Na mansão de Confúcio, 77
gerações de descendentes do
mestre viveram por cerca de
2.500 anos. Embora Confúcio
tenha morrido pobre, seus filhos, netos e bisnetos enriqueceram com a decisão dos governantes de adotar o confucionismo como filosofia (ou religião) oficial. Receberam do
imperador o título de "a primeira família sob o céu", menos importante apenas que a
família imperial.
Cercado por altos muros, o
palácio tem cerca de 450 cômodos (a maior parte do século
16) distribuídos ao redor de pátios e jardins, conectados por
estreitos becos e passagens.
Percorrê-lo é uma rara oportunidade de conhecer uma casa
chinesa da alta nobreza.
Bem perto está o templo de
Confúcio, que, ao lado da Cidade Proibida (Pequim), é um
dos principais complexos arquitetônicos da China imperial. O templo original, com
apenas três salas, foi fundado
em 478 a.C., um ano após a
morte de Confúcio. Em 539
d.C., o então imperador Jing Di
restaurou e aumentou o complexo. Nos séculos que se seguiram, grande parte dos imperadores investiu no templo.
Atualmente, tem mais de um
quilômetro de norte a sul, está
dividido em nove enormes pátios, possui diversos halls e pavilhões de grandes proporções
e 466 cômodos. A presente estrutura é originária dos períodos Ming (séc. 14-séc. 17) e
Qing (séc. 17-séc. 20).
A melhor parte da visita é o
Hall das Grandes Conquistas,
um pavilhão de 1500 d.C. com
28 pilares de pedra esculpidos
com figuras de dragões em baixo-relevo.
(OD)
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