São Paulo, segunda-feira, 05 de agosto de 2002

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Cidade Proibida e praça Tiananmen lembram eras marcantes

Pequim traduz o país com ícones históricos e sociais

NA CHINA

Com mais de 12 milhões de habitantes, Pequim é a mais perfeita tradução do país do qual é capital. Imensa, reúne alguns dos marcos fundamentais da China imperial, é sede do todo-poderoso regime comunista e epicentro do avassalador processo de transformação econômica e social chinês.
A praça Tiananmen (Paz Celestial), que em 1989 foi palco das maiores manifestações pró-democracia já ocorridas no país desde a implantação do comunismo (1949), é o coração da cidade.
Naquele ano, cerca de 1 milhão de pessoas ocuparam a praça para pressionar por reformas democráticas. Ao final de várias semanas, o Exército reprimiu duramente os manifestantes, deixando vários mortos e feridos.
É um lugar grandioso e impressionante, onde está situada a principal entrada da Cidade Proibida, símbolo máximo da China imperial, hoje dominada por um enorme cartaz de Mao Tsé-tung, líder maior da Revolução de 1949.
A figura de Mao à frente do palácio erguido e habitado desde o século 15 por sucessivas dinastias de imperadores vem, ironicamente, corroborar o comentário maldoso de alguns críticos do comunismo que definem o regime chinês, devido a seu caráter autocrático, como herdeiro e sucessor do império. A múmia de Mao também está exposta na praça, num esquisitíssimo mausoléu.
A Cidade Proibida é um daqueles monumentos mundialmente famosos que, apesar de toda a expectativa, dificilmente frustra o visitante. Trata-se de um impressionante conjunto de muralhas, torres, pátios e palácios, dispostos de forma absolutamente simétrica, no mais puro estilo Ming.
Apenas o templo do Céu, situado num parque a 1,5 km de distância, se compara em termos de grandiosidade. O templo taoísta, onde os imperadores costumavam realizar suas oferendas anuais, é simplesmente uma maravilha. Destacam-se a harmonia de todo o complexo, a interação entre as linhas retas e as curvas, a qualidade do trabalho de entalhe do mármore e a beleza do azul profundo dos telhados de cerâmica que cobrem os edifícios.
Pequim é também próxima às seções mais visitadas da Muralha da China, principal atração turística do país. Construída inicialmente há cerca de 2.200 anos, a muralha se estende por todo o norte do país. Percorrê-la por algumas dezenas ou centenas de metros é uma experiência emocionante e inesquecível, apesar do grande número de turistas e vendedores ambulantes presentes.
Além das acima descritas, Pequim tem uma longa lista de atrações de primeira grandeza. É, enfim, uma grande capital que exige pelo menos sete dias para ser minimamente explorada. (OD)


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