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ROTA SUL-AMERICANA
Dois trajetos ligam SP a Buenos Aires
Ida pode ser via Foz e volta pelo Uruguai; trecho da BR-101 entre Porto Alegre e Florianópolis é ruim
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
DO ENVIADO ESPECIAL
Dois trajetos principais ligam São Paulo a Buenos Aires,
e os dois são igualmente lindos
e ricos em possibilidades turísticas: via Foz do Iguaçu, passando pelo Paraná e pelo norte
da Argentina, e via Uruguai,
passando pelo Sul do país.
A melhor opção é ir por um
caminho e voltar pelo outro, escolhendo pelo menos três paradas em cada um deles.
As estradas costumam ser
boas durante boa parte do percurso, exceto no trecho da BR-101 que liga Porto Alegre a Florianópolis, tortuoso, com buracos e alto fluxo de veículos de
grande porte. O trecho entre
Florianópolis e São Paulo está
duplicado e em boas condições.
As rodovias uruguaias, principalmente as que correm pelo
litoral, são bem conservadas e
têm pouco tráfego; as da Argentina estão em plena forma, ainda que haja movimentação
mais intensa em alguns trechos, inclusive de caminhões.
Em Buenos Aires, o trânsito é
difícil e exige atenção. Não mais
do que em São Paulo, mas os
costumes e erros cometidos pelos motoristas são diferentes.
Nas grandes avenidas típicas
da capital argentina, os portenhos não hesitam em trocar de
faixa, tornando o tráfego mais
bagunçado do que o normal.
Por outro lado, eles respeitam
as sinalizações. A malha urbana
da cidade não faz segredos, com
vias retas, quarteirões quadrados e poucos desvios.
Se a dúvida era quanto à qualidade do asfalto que liga as
duas cidades, vá tranqüilo, portanto. Ele merece nota sete. A
aventura, ainda assim, exige
preparação. É essencial revisar
o carro, verificar se é necessário
trocar o óleo e os filtros, calibrar os pneus, organizar mapas
e documentação -impreterivelmente com os originais (veja
lista nesta página).
Lembre-se de que o percurso
total, contando ida e volta, soma sempre mais de 5.000 km.
Acionar o seguro do automóvel deve ser o primeiro item
dessa lista. Sem a chamada carta verde, concessão para uso do
seguro em outros países, que
para ser tirada demora três
dias, não é possível nem mesmo passar pela fronteira.
Por último, as malas. Elas devem levar roupa para situações
de calor intenso -Foz do Iguaçu e o norte da Argentina são
quentes até no inverno -e de
muito frio, pois em Buenos Aires e em todo o Uruguai a temperatura pode ser negativa com
as frentes frias costumeiras,
ainda durante a primavera.
Malas prontas, dá um frio na
barriga sair de São Paulo. Mas
voltar com o trajeto completo e
cheio de histórias na bagagem
deixa, sem dúvida, um gosto de
satisfação.
(GUSTAVO FIORATTI)
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