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ROTA SUL-AMERICANA
Volta reserva vista de cânions e do litoral
Uruguai entra no roteiro do retorno e completa viagem com paisagem, balneário e lobos-marinhos
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
ENVIADO ESPECIAL À ARGENTINA E
AO URUGUAI
Voltar de Buenos Aires para
São Paulo nem é tão triste
quando o retorno ainda inclui
lugares como as planícies alagadas na fronteira do Uruguai
com o Brasil, uma praia freqüentada por lobos-marinhos,
a cidade histórica de Colônia de
Sacramento, o grupo de cânions que divide os Estados do
Rio Grande do Sul e Santa Catarina, com as praias de águas
azuis de Florianópolis.
Passar o rio da Prata, rumo
ao Uruguai, é o próximo passo
dessa maratona, e há duas travessias possíveis: por terra, em
seis horas, e por uma de balsa
(www.buquebus.com) que
parte do bairro portenho de
Puerto Madero. Para quem está de carro, o passeio custa cerca de 200 pesos.
A vantagem da balsa é que a
travessia é mais rápida, demora
três horas e meia. Mas quem
economiza os 200 pesos não
vai perder muito. A viagem por
terra, inclusive, oferece belas
paisagens, como os campos
uruguaios, entre a pequena cidade de Fray Bentos e a histórica Colônia de Sacramento.
De barco, ainda, não dá para
notar como o Uruguai é um
país pouco habitado -cerca de
3,5 milhões de pessoas. Às vezes dirige-se por quilômetros a
fio e não aparece um carro, um
ser humano ou um posto de gasolina. Logo, vale encher o tanque antes de entrar no Uruguai. E a gasolina, na Argentina, é bem mais barata.
De Colônia de Sacramento
até a serra Gaúcha, passando
por Montevidéu e Punta del
Este, a paisagem ganha a brisa
do litoral, com o mar sempre à
vista, até Chuí, a cidade mais
austral do Brasil, que é metade
uruguaia, metade brasileira.
Perto dali, ainda em território uruguaio, há duas atrações:
o forte de São Miguel e a fortaleza de Santa Teresa, que marcavam a separação entre as terras de Portugal e Espanha.
O litoral uruguaio ainda esconde as casas suspensas de
San José Ignácio, região sempre sujeita a alagamentos. E
Cabo Polônio, a maior reserva
de lobos-marinhos da América
do Sul, próximo à cidade de
Torres, mas com acesso apenas
para carros com tração nas
quatro rodas. Deixar o automóvel estacionado e pegar um coletivo é uma boa solução para
quem faz questão do passeio.
Logo depois da fronteira entre Uruguai e Brasil, a estrada
piora, com trechos sem acostamento e com buracos. A polícia
brasileira faz batidas constantes ali para evitar contrabando
de mercadorias eletrônicas,
principalmente. É uma das
partes mais desagradáveis da
viagem. Mas depois de passar
Pelotas e Porto Alegre, a serra
Gaúcha traz recompensas.
Canela e Gramado têm movimento, infra-estrutura, boas
opções de hospedagem. Mas
Itaimbezinho e Cambará do
Sul são as cidades favoritas para quem quer natureza e paisagens desconcertantes. Estão à
beira dos cânions que prenunciam a passagem para Santa
Catarina. Para chegar até lá, o
melhor caminho é a Rota do
Sol, que atravessa pastos, riachos, plantações. Pouco movimento, bom asfalto e paisagens
lindas. Desta parada até a BR-101, que passa por Florianópolis, há um longo trecho de estrada de terra, em declive.
A chegada na BR-101 já traz
ares de São Paulo, com aquela
movimentação chata de caminhões. A ilha de Santa Catarina
encerra, enfim, o roteiro (leia
nas págs. F12 e F13). Um belo
desfecho para a historinha que
você vai remontar depois em
um álbum gigante de fotos.
(GF)
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