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ROTA SUL-AMERICANA
Antigo palco de conflitos, Colônia hoje respira sossego
Cidade fundada em 1680 mantém parte histórica com casas coloniais e calçadas como as de Paraty
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
DO ENVIADO ESPECIAL AO URUGUAI
Colônia de Sacramento, no
oeste do Uruguai, já foi bem
mais agitada no passado, com
as disputas travadas entre Portugal e Espanha por sua localização estratégia, à beira do rio
da Prata. Mas tudo o que resta
hoje na cidade é uma atmosfera
de absoluta tranqüilidade, com
bares e restaurantes instalados
em antigas casas coloniais de
sua parte histórica, cujas ruas
fazem lembrar Paraty, tanto
pelo estilo das construções como pelo calçamento de pedra.
Muitos portenhos ou visitantes de Buenos Aires acabam
passando o dia em Colônia, que
fica a apenas 50 km de distância, atravessando o rio da Prata.
Vale, sem dúvida, passar uma
temporada mais longa na cidade, ainda que dê para percorrer
o centro histórico em uma caminhada de não mais de três
horas, passando por construções como a igreja matriz, a
mais antiga do Uruguai, erguida em 1680 pelos portugueses,
um farol de 1857 e, ao lado, a
plaza de Armas, toda recortada
por escavações que revelaram
as ruínas de uma casa.
Como a cidade esteve sob o
domínio das duas coroas ibéricas, é possível notar algumas
diferenças arquitetônicas, como algumas ruas com valetas
centralizadas (portuguesas) e
outras com valetas à direita e à
esquerda da via (espanholas).
Portugal, desrespeitando o
Tratado de Tordesilhas, fundou
a cidade em janeiro de 1680.
Em agosto do mesmo ano os espanhóis invadiram-na. Em
1681, devolveram-na para a Coroa Portuguesa, com a promessa de que não seriam erguidas
fortificações, e no final do século 18, tomaram-na de volta.
A muralha erguida pelos portugueses à beira do rio da Prata
ainda é um ponto estratégico,
só que hoje para quem quer esquecer da vida sentindo a brisa
bater no rosto. Mochileiros deitam-se sobre a construção para
tirar um cochilo e tomar sol.
Um grupo de restaurantes oferece, com o cardápio, uma bela
vista, sempre ao som das pequenas ondas que batem contra as pedras ou de música ambiente tocada em volume bem
baixo.
(GUSTAVO FIORATTI)
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