São Paulo, quinta-feira, 05 de outubro de 2006

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ROTA SUL-AMERICANA

Antigo palco de conflitos, Colônia hoje respira sossego

Cidade fundada em 1680 mantém parte histórica com casas coloniais e calçadas como as de Paraty

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
DO ENVIADO ESPECIAL AO URUGUAI

Colônia de Sacramento, no oeste do Uruguai, já foi bem mais agitada no passado, com as disputas travadas entre Portugal e Espanha por sua localização estratégia, à beira do rio da Prata. Mas tudo o que resta hoje na cidade é uma atmosfera de absoluta tranqüilidade, com bares e restaurantes instalados em antigas casas coloniais de sua parte histórica, cujas ruas fazem lembrar Paraty, tanto pelo estilo das construções como pelo calçamento de pedra.
Muitos portenhos ou visitantes de Buenos Aires acabam passando o dia em Colônia, que fica a apenas 50 km de distância, atravessando o rio da Prata. Vale, sem dúvida, passar uma temporada mais longa na cidade, ainda que dê para percorrer o centro histórico em uma caminhada de não mais de três horas, passando por construções como a igreja matriz, a mais antiga do Uruguai, erguida em 1680 pelos portugueses, um farol de 1857 e, ao lado, a plaza de Armas, toda recortada por escavações que revelaram as ruínas de uma casa.
Como a cidade esteve sob o domínio das duas coroas ibéricas, é possível notar algumas diferenças arquitetônicas, como algumas ruas com valetas centralizadas (portuguesas) e outras com valetas à direita e à esquerda da via (espanholas).
Portugal, desrespeitando o Tratado de Tordesilhas, fundou a cidade em janeiro de 1680. Em agosto do mesmo ano os espanhóis invadiram-na. Em 1681, devolveram-na para a Coroa Portuguesa, com a promessa de que não seriam erguidas fortificações, e no final do século 18, tomaram-na de volta.
A muralha erguida pelos portugueses à beira do rio da Prata ainda é um ponto estratégico, só que hoje para quem quer esquecer da vida sentindo a brisa bater no rosto. Mochileiros deitam-se sobre a construção para tirar um cochilo e tomar sol. Um grupo de restaurantes oferece, com o cardápio, uma bela vista, sempre ao som das pequenas ondas que batem contra as pedras ou de música ambiente tocada em volume bem baixo. (GUSTAVO FIORATTI)


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