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TRADIÇÃO
Elaborados mantos bordados fisgam o olhar nas procissões
Peças com desenhos coloridos chegam a medir 4 m e a pesar 50 kg; elas são expostas depois dos desfiles
Acácia Rios
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A cidade de Lorca vista do alto, do topo do monte Calvário, onde fica localizado um mirante |
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
EM LORCA (ESPANHA)
Os primeiros mantos bordados desfilaram pelas ruas de
Lorca há 151 anos. De lá para cá,
a tradição do bordado fica, a cada ano, mais elaborada.
As enormes e pesadas peças
-chegam a medir 4 m e a pesar
50 kg- são confeccionadas exclusivamente para que os participantes as utilizem durante o
espetáculo da Semana Santa.
O acervo de mantos está distribuído em cinco museus distintos, uma vez que cada confraria -Paso Blanco, Paso Azul,
Paso Encarnado, Paso Morado
e Paso Negro- possui o seu
próprio centro de exposição.
Depois do desfile, os mantos
são restaurados. E, em seguida,
são expostos.
365 dias de pontos
Atrás de cada veste, existe o
trabalho de um ano inteiro.
O diretor artístico de cada
confraria sugere um desenho.
O traço é submetido a uma votação. Uma vez aprovado, é encaminhado para o ateliê. A partir daí, a depender da complexidade do diagrama, pode levar
anos para ser finalizado.
"Cada bordado é observado e
conduzido pelo diretor. Se o
trabalho não estiver dentro dos
padrões, é desfeito e refeito até
se conseguir o melhor desenho.
São milhões de pontos de agulha, e tudo é muito lento e muito trabalhoso", afirma Pedro
Minarro, 44, diretor da confraria do Paso Azul.
Para se ter uma idéia, existe
um manto que levou 18 anos
para ser confeccionado.
Segundo Augustin Aragón,
42 anos, membro da diretoria
da confraria do Paso Blanco,
muita gente pergunta o valor
desse manto. "Podemos até fazer uma estimativa, mas, para
mim, custa muito, pois o valor é
muito mais simbólico e cultural
do que material. Não se pode
calcular o tempo de trabalho",
afirma. No entanto, há quem
diga que esse manto pode custar milhões de euros.
Os bordados, alguns tombados como patrimônio, não são
comercializados. Para custear a
confecção das peças, as confrarias Branca e Azul recebem ajuda da prefeitura, além de uma
mensalidade dos sócios.
(ACÁCIA RIOS)
MUSEO PASO AZUL
calle Nogalte, 7; tel.: 00/xx/34/
968/47-2077;
www.pasoazul.com
PASO BLANCO
Apdo. de Correos, 494; tel.: 00/xx/
34/689/78-2504;
www.elpasoblanco.org
PASO ENCARNADO
calle Eulogio Periago, 2; tel.: 00/
xx/34/968/47-0026;
www.pasoencarnado.es
PASO MORADO
calle Nogalte, 43;
Tel.: 00/xx/34/ 868/92-2729
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