São Paulo, quinta-feira, 06 de março de 2008

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TRADIÇÃO

Elaborados mantos bordados fisgam o olhar nas procissões

Peças com desenhos coloridos chegam a medir 4 m e a pesar 50 kg; elas são expostas depois dos desfiles

Acácia Rios
A cidade de Lorca vista do alto, do topo do monte Calvário, onde fica localizado um mirante


COLABORAÇÃO PARA A FOLHA EM LORCA (ESPANHA)

Os primeiros mantos bordados desfilaram pelas ruas de Lorca há 151 anos. De lá para cá, a tradição do bordado fica, a cada ano, mais elaborada. As enormes e pesadas peças -chegam a medir 4 m e a pesar 50 kg- são confeccionadas exclusivamente para que os participantes as utilizem durante o espetáculo da Semana Santa.
O acervo de mantos está distribuído em cinco museus distintos, uma vez que cada confraria -Paso Blanco, Paso Azul, Paso Encarnado, Paso Morado e Paso Negro- possui o seu próprio centro de exposição. Depois do desfile, os mantos são restaurados. E, em seguida, são expostos.

365 dias de pontos
Atrás de cada veste, existe o trabalho de um ano inteiro. O diretor artístico de cada confraria sugere um desenho. O traço é submetido a uma votação. Uma vez aprovado, é encaminhado para o ateliê. A partir daí, a depender da complexidade do diagrama, pode levar anos para ser finalizado.
"Cada bordado é observado e conduzido pelo diretor. Se o trabalho não estiver dentro dos padrões, é desfeito e refeito até se conseguir o melhor desenho. São milhões de pontos de agulha, e tudo é muito lento e muito trabalhoso", afirma Pedro Minarro, 44, diretor da confraria do Paso Azul. Para se ter uma idéia, existe um manto que levou 18 anos para ser confeccionado.
Segundo Augustin Aragón, 42 anos, membro da diretoria da confraria do Paso Blanco, muita gente pergunta o valor desse manto. "Podemos até fazer uma estimativa, mas, para mim, custa muito, pois o valor é muito mais simbólico e cultural do que material. Não se pode calcular o tempo de trabalho", afirma. No entanto, há quem diga que esse manto pode custar milhões de euros.
Os bordados, alguns tombados como patrimônio, não são comercializados. Para custear a confecção das peças, as confrarias Branca e Azul recebem ajuda da prefeitura, além de uma mensalidade dos sócios. (ACÁCIA RIOS)


MUSEO PASO AZUL
calle Nogalte, 7; tel.: 00/xx/34/ 968/47-2077;
www.pasoazul.com

PASO BLANCO
Apdo. de Correos, 494; tel.: 00/xx/ 34/689/78-2504;
www.elpasoblanco.org

PASO ENCARNADO
calle Eulogio Periago, 2; tel.: 00/ xx/34/968/47-0026;
www.pasoencarnado.es

PASO MORADO
calle Nogalte, 43; Tel.: 00/xx/34/ 868/92-2729



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