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OPINIÃO
NA ÁSIA CAUCASIANA
Historiadora conta como a história armênia influencia a viagem e até ajuda a prevenir novos genocídios
Turismo incita direitos humanos
MARIA LUIZA TUCCI CARNEIRO
ESPECIAL PARA A FOLHA
Quem visita a Armênia, não
tem como permanecer insensível à história do genocídio
(1915-1917) que, há 95 anos
anos, marcou o povo armênio e
iniciou uma diáspora.
Perpetrado pela Turquia
Otomana, esse fenômeno -que
culminou com a morte de 1,5
milhão de pessoas- deixou cicatrizes na alma e marcas físicas impossíveis de serem esquecidas. Cada cidade ou pequeno vilarejo desse país da
Ásia caucasiana ainda guarda
parte dessa memória que jamais poderá ser ignorada por
qualquer turista.
Hoje é possível restabelecer-se -a partir de diversos documentos, testemunhos, museus,
monumentos e memoriais, a
geografia dos locais que foram
palco principal dos massacres.
Mas é possível percorrer as
trilhas ocupadas pelas imensas
filas de deportados armênios,
dentre os quais milhares de
crianças, homens e mulheres.
Caminhos mapeados
São caminhos que devem ser
marcados (ou mapeados com
símbolos) como forma de lembrar, evocando a tragédia, um
crime contra a humanidade.
Fugindo da morte, alguns armênios se esconderam nas alturas das montanhas de Taurus
ou então buscaram abrigo em
acampamentos improvisados
nos deserto.
Por meio do turismo histórico proposto nesta edição da Folha, podemos prevenir a ocorrência de novos genocídios e
incentivar o respeito aos direitos humanos.
Portanto, devemos olhar a
Armênia para além do lazer,
pois cada viagem pode trazer,
nas entrelinhas, uma lição de
respeito à vida.
MARIA LUIZA TUCCI CARNEIRO é historiadora e coordenadora do LEER (Laboratório de Estudos sobre Etnicidade, Racismo e Discriminação da USP)
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