São Paulo, quinta-feira, 06 de maio de 2010

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OPINIÃO

NA ÁSIA CAUCASIANA

Historiadora conta como a história armênia influencia a viagem e até ajuda a prevenir novos genocídios

Turismo incita direitos humanos

MARIA LUIZA TUCCI CARNEIRO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Quem visita a Armênia, não tem como permanecer insensível à história do genocídio (1915-1917) que, há 95 anos anos, marcou o povo armênio e iniciou uma diáspora.
Perpetrado pela Turquia Otomana, esse fenômeno -que culminou com a morte de 1,5 milhão de pessoas- deixou cicatrizes na alma e marcas físicas impossíveis de serem esquecidas. Cada cidade ou pequeno vilarejo desse país da Ásia caucasiana ainda guarda parte dessa memória que jamais poderá ser ignorada por qualquer turista.
Hoje é possível restabelecer-se -a partir de diversos documentos, testemunhos, museus, monumentos e memoriais, a geografia dos locais que foram palco principal dos massacres.
Mas é possível percorrer as trilhas ocupadas pelas imensas filas de deportados armênios, dentre os quais milhares de crianças, homens e mulheres.

Caminhos mapeados
São caminhos que devem ser marcados (ou mapeados com símbolos) como forma de lembrar, evocando a tragédia, um crime contra a humanidade. Fugindo da morte, alguns armênios se esconderam nas alturas das montanhas de Taurus ou então buscaram abrigo em acampamentos improvisados nos deserto.
Por meio do turismo histórico proposto nesta edição da Folha, podemos prevenir a ocorrência de novos genocídios e incentivar o respeito aos direitos humanos. Portanto, devemos olhar a Armênia para além do lazer, pois cada viagem pode trazer, nas entrelinhas, uma lição de respeito à vida.

MARIA LUIZA TUCCI CARNEIRO é historiadora e coordenadora do LEER (Laboratório de Estudos sobre Etnicidade, Racismo e Discriminação da USP)



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