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São Paulo, segunda-feira, 06 de outubro de 2003

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Lagoa Mundaú leva a encontro de águas

DO ENVIADO ESPECIAL

O Pará não tem a exclusividade do encontro de água doce com água salgada. A conhecida pororoca amazônica ganha a alcunha de "perereca" entre os guias em Maceió, que se referem dessa forma divertida à reunião dupla da lagoa Mundaú - com 23 quilômetros quadrados- com o mar e com a lagoa Manguaba.
O passeio de barco agradável, educativo e relaxante até o mar -na Prainha Verde- dura cerca de quatro horas e custa R$ 15 por pessoa. A saída ocorre a partir do restaurante O Peixarão, e o percurso leva uma hora e meia, com saídas às 9h e às 13h30. Quem embarca no último horário aprecia o pôr-do-sol na volta.
Percorrem-se nove ilhas, e um guia conta histórias sobre cada uma delas. O guia Álvaro Valdivino da Silva, 29, fala sobre as plantas que ficam às margens das ilhas, como a gaiteira, com raízes que crescem de cima para baixo, e o mangue, que desponta de baixo para cima.
Na fauna local, há lagartos, sururu -marisco conhecido como "viagra alagoano"- e três tipos de caranguejo (aratu, guaiamum e caranguejo-sá).
Entre as histórias curiosas das ilhas, há a da igreja de Nossa Senhora dos Remédios. No alto de um morro, ela só abre uma vez por ano. No dia em que a igreja funciona, o povoado realiza casamentos e batizados. Há também a história do pescador que se casou com três irmãs e teve 27 filhos.
A lagoa atinge sete metros no seu trecho mais fundo, exatamente embaixo da ponte Divaldo Suruagy, que liga Maceió ao município de Marechal Deodoro, terra dessa ilustre figura republicana que batiza a cidade e antiga capital do Estado.
No trajeto, é possível ver a pesca com caiçara, um cercado feito de pau de mangue. "Os pescadores passam quatro horas por dia pescando e se arriscam a levar mordida de moréia", diz Silva.
Adornada pelos coqueirais, a passagem pela ilha de Santa Rita -uma das maiores do Estado- leva à pororoca alagoana, da lagoa Mundaú com o mar e com a lagoa Manguaba. A água vai ficando verde, pontilhada de canoas.
O barco aporta em um dos bares-palhoça. De um lado, dá para aproveitar a água doce da lagoa, do outro, a água salgada do mar, com ondas fortes. Salva-vidas fazem ronda na praia. Para comer, há petiscos e pratos à base de frutos do mar dos bares. (AP)


O Peixarão - av. Alípio Barbosa da Silva, 532, Pontal da Barra; 0/xx/82/351-9090.


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