|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Lagoa Mundaú leva a encontro de águas
DO ENVIADO ESPECIAL
O Pará não tem a exclusividade
do encontro de água doce com
água salgada. A conhecida pororoca amazônica ganha a alcunha
de "perereca" entre os guias em
Maceió, que se referem dessa forma divertida à reunião dupla da
lagoa Mundaú - com 23 quilômetros quadrados- com o mar e
com a lagoa Manguaba.
O passeio de barco agradável,
educativo e relaxante até o mar
-na Prainha Verde- dura cerca
de quatro horas e custa R$ 15 por
pessoa. A saída ocorre a partir do
restaurante O Peixarão, e o percurso leva uma hora e meia, com
saídas às 9h e às 13h30. Quem embarca no último horário aprecia o
pôr-do-sol na volta.
Percorrem-se nove ilhas, e um
guia conta histórias sobre cada
uma delas. O guia Álvaro Valdivino da Silva, 29, fala sobre as plantas que ficam às margens das
ilhas, como a gaiteira, com raízes
que crescem de cima para baixo, e
o mangue, que desponta de baixo
para cima.
Na fauna local, há lagartos, sururu -marisco conhecido como
"viagra alagoano"- e três tipos
de caranguejo (aratu, guaiamum
e caranguejo-sá).
Entre as histórias curiosas das
ilhas, há a da igreja de Nossa Senhora dos Remédios. No alto de
um morro, ela só abre uma vez
por ano. No dia em que a igreja
funciona, o povoado realiza casamentos e batizados. Há também a
história do pescador que se casou
com três irmãs e teve 27 filhos.
A lagoa atinge sete metros no
seu trecho mais fundo, exatamente embaixo da ponte Divaldo Suruagy, que liga Maceió ao município de Marechal Deodoro, terra
dessa ilustre figura republicana
que batiza a cidade e antiga capital
do Estado.
No trajeto, é possível ver a pesca
com caiçara, um cercado feito de
pau de mangue. "Os pescadores
passam quatro horas por dia pescando e se arriscam a levar mordida de moréia", diz Silva.
Adornada pelos coqueirais, a
passagem pela ilha de Santa Rita
-uma das maiores do Estado-
leva à pororoca alagoana, da lagoa
Mundaú com o mar e com a lagoa
Manguaba. A água vai ficando
verde, pontilhada de canoas.
O barco aporta em um dos bares-palhoça. De um lado, dá para
aproveitar a água doce da lagoa,
do outro, a água salgada do mar,
com ondas fortes. Salva-vidas fazem ronda na praia. Para comer,
há petiscos e pratos à base de frutos do mar dos bares.
(AP)
O Peixarão - av. Alípio Barbosa da Silva,
532, Pontal da Barra; 0/xx/82/351-9090.
Texto Anterior: Criatividade para ser rendeiro não tem sexo Próximo Texto: Museu popular examina o "fazer alagoano" Índice
|