São Paulo, #!L#Segunda-feira, 07 de Fevereiro de 2000


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Bebida é resultado da destilação de um líquido extraído de um cacto típico do planalto do país
Evitar tequila é uma ofensa ao mexicano

do enviado especial a Los Cabos

Mesmo quem dispensa uma bebidinha não deve deixar de experimentar -nem que seja um só gole- tequila, bebida-símbolo e sinônimo de orgulho no México.
Considerado versátil, o destilado pode ser tomado puro, da forma tradicional, num gole só, ou em coquetéis, como a popular margarita, de jeito mais "light".
Vale a pena prová-la para ao menos saborear as histórias destiladas pelos "tequileros" e conhecer ainda os métodos mexicanos de beber corretamente a tequila.
Caso não aprecie bebida alcoólica de forma alguma, engane o "barman" enquanto ele estiver falando sobre a tequila, produto mexicano mais popular no mundo, e finja estar tomando.
Resultado da destilação de um líquido extraído de um cacto típico do planalto mexicano -o agave azul-, a tequila sustenta uma longa tradição histórica e cultural.
Todo anfitrião mexicano gosta de falar sobre ela. Seja sobre sua origem e mecanismos de produção, seja pelos efeitos alcoólicos que ela pode provocar.
Ganhou esse nome por ser produzida na região de Tequila, no Estado de Jalisco, que ostenta colinas com uma cor azulada por causa das plantações de agave, cujo cultivo necessita de uma série de ferramentas manuais.
Dizem que a região é a única do mundo que oferece condições ideais para a planta se desenvolver com as características únicas para a produção da tequila.
A terra é argilosa, permeável e abundante em elementos derivados do basalto, além de rica em ferro, cuja oxidação lhe dá a coloração café-avermelhado.
O clima semi-árido, sem mudanças bruscas de temperatura, e a altitude média de 1.500 metros sob um céu nublado de 65 a 100 dias por ano são fatores primordiais que garantem à região o título de terra da tequila.
E tem mais: a tequila é hoje uma espécie de descendente direto de uma bebida asteca de mais de 1.300 anos, o pulque, que, também fermentado, era usado nas celebrações religiosas das civilizações pré-colombianas.
As tequilas mais populares, hoje em dia, mantêm cerca de 40% de teor alcoólico e custam de US$ 10 a US$ 15. Há, porém, aquelas que se transformaram em itens de colecionadores e apreciadores de tequila. Suas garrafas chegam a custar US$ 750, ou US$ 80 a dose.

Inseto no copo
Há outras bebidas, além da tequila, degustadas pelos mexicanos também extraídas de cactos que fazem fama e sucesso entre os visitantes estrangeiros.
Assim como a tequila, o mezcal também é produzido a partir de um tipo de agave e é uma aguardente que pode surpreender o turista. Prepare-se.
Em casos extremos, pode provocar repugnância em estômagos mais sensíveis. Os fabricantes mexicanos costumam colocar, no momento de engarrafar a bebida, um pequeno inseto, conhecido como "gusano", uma lagarta que vive na base da planta.
No México, o inseto dentro da bebida é considerado um prêmio, sinal de sorte, motivo até de festa.
Alguns chegam a comê-lo. Para apreciadores de bebidas, não é uma pequena lagartinha, que pode até passar despercebida aos menos atentos, que irá evitar a degustação de uma bebida tão autêntica. O gosto forte do álcool evita qualquer definição indesejável no paladar. (RO)


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