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Bebida é resultado da destilação de um líquido extraído de um cacto típico do planalto do país
Evitar tequila é uma ofensa ao mexicano
do enviado especial a Los Cabos
Mesmo quem dispensa uma bebidinha não deve deixar de experimentar -nem que seja um só
gole- tequila, bebida-símbolo e
sinônimo de orgulho no México.
Considerado versátil, o destilado pode ser tomado puro, da forma tradicional, num gole só, ou
em coquetéis, como a popular
margarita, de jeito mais "light".
Vale a pena prová-la para ao
menos saborear as histórias destiladas pelos "tequileros" e conhecer ainda os métodos mexicanos
de beber corretamente a tequila.
Caso não aprecie bebida alcoólica de forma alguma, engane o
"barman" enquanto ele estiver falando sobre a tequila, produto
mexicano mais popular no mundo, e finja estar tomando.
Resultado da destilação de um
líquido extraído de um cacto típico do planalto mexicano -o agave azul-, a tequila sustenta uma
longa tradição histórica e cultural.
Todo anfitrião mexicano gosta
de falar sobre ela. Seja sobre sua
origem e mecanismos de produção, seja pelos efeitos alcoólicos
que ela pode provocar.
Ganhou esse nome por ser produzida na região de Tequila, no
Estado de Jalisco, que ostenta colinas com uma cor azulada por
causa das plantações de agave, cujo cultivo necessita de uma série
de ferramentas manuais.
Dizem que a região é a única do
mundo que oferece condições
ideais para a planta se desenvolver com as características únicas
para a produção da tequila.
A terra é argilosa, permeável e
abundante em elementos derivados do basalto, além de rica em
ferro, cuja oxidação lhe dá a coloração café-avermelhado.
O clima semi-árido, sem mudanças bruscas de temperatura, e
a altitude média de 1.500 metros
sob um céu nublado de 65 a 100
dias por ano são fatores primordiais que garantem à região o título de terra da tequila.
E tem mais: a tequila é hoje uma
espécie de descendente direto de
uma bebida asteca de mais de
1.300 anos, o pulque, que, também fermentado, era usado nas
celebrações religiosas das civilizações pré-colombianas.
As tequilas mais populares, hoje
em dia, mantêm cerca de 40% de
teor alcoólico e custam de US$ 10
a US$ 15. Há, porém, aquelas que
se transformaram em itens de colecionadores e apreciadores de tequila. Suas garrafas chegam a custar US$ 750, ou US$ 80 a dose.
Inseto no copo
Há outras bebidas, além da tequila, degustadas pelos mexicanos também extraídas de cactos
que fazem fama e sucesso entre os
visitantes estrangeiros.
Assim como a tequila, o mezcal
também é produzido a partir de
um tipo de agave e é uma aguardente que pode surpreender o turista. Prepare-se.
Em casos extremos, pode provocar repugnância em estômagos
mais sensíveis. Os fabricantes mexicanos costumam colocar, no
momento de engarrafar a bebida,
um pequeno inseto, conhecido
como "gusano", uma lagarta que
vive na base da planta.
No México, o inseto dentro da
bebida é considerado um prêmio,
sinal de sorte, motivo até de festa.
Alguns chegam a comê-lo. Para
apreciadores de bebidas, não é
uma pequena lagartinha, que pode até passar despercebida aos
menos atentos, que irá evitar a
degustação de uma bebida tão
autêntica. O gosto forte do álcool
evita qualquer definição indesejável no paladar.
(RO)
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