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VELHA NOVA INGLATERRA
Morador faz sinal com braço para indicar no "mapa" Provincetown, Plymouth, Sandwich e Hyannis
"Dar banana" em Cape Cod é acolhedor
DO ENVIADO ESPECIAL A MASSACHUSETTS (EUA)
Se o leitor se perder em Cape
Cod, não estranhe se, ao pedir informação para algum morador,
ele estender o braço dobrado para
mostrar o caminho correto.
Naquelas paragens parece ser
descartável usar mapas diante da
similaridade entre essa parte do
corpo e o formato da península.
Longe de mandar uma banana
ao visitante desavisado, a região
oferece vários atrativos para fascinar cada vez mais turistas, ainda
domésticos em sua maioria, que
abarrotam seu litoral no verão.
Há os museus interativos de
Plymouth, os refinados campos
de golfe de Hyannis, os jardins
floridos e museus em Sandwich e
a agitação de Provincetown.
Do exterior vêm europeus,
principalmente ingleses. Agora, a
meta é trazer mais brasileiros.
"Atualmente temos muitos imigrantes do seu país. Queremos
também os turistas", diz Arthur
Ratsy, vice-presidente da Câmara
de Comércio de Cape Cod, que
calcula em 15 mil o número de tupiniquins espalhados pela região.
Viajando pela rota 6A, a mais
charmosa do lugar, não é preciso
procurar muito para avistar bandeiras nacionais hasteadas na
frente de lojas e residências.
Sim, como na região de Boston,
é possível cruzar com vendedoras
com sotaque da Bahia, além de
cafés e mercados de produtos nacionais. Alguns disputados a tapa
entre os imigrantes, como leite
condensado e até chinelo de dedo.
O caminho é o paraíso dos antiquários e caçadores de livros raros. São tantas lojas dedicadas a
vender o que nossos antepassados descartaram que ficamos
com a impressão de que é o comércio de antigüidades, e não o
turismo ou a pesca, a principal
atividade econômica local.
A paisagem se alterna entre a
mata, casas revestidas de shingles
(telhas finas de madeira) e cemitérios abertos, como se fossem
pracinhas de cidades do interior.
Pois é, muitos norte-americanos
escolhem o sossego desses povoados para dar os últimos suspiros.
Sandwich, no ombro de Cape
Cod, é um exemplo disso. Se tudo
o que você quer é esquecer o estresse da civilização, sem abrir
mão do conforto dela, é o lugar
ideal para passar uma tarde.
Um passeio prazeroso é pelo
Heritage Museums & Gardens
(67 Grove St.), parque florido recheado de museus. O Auto Museum é o mais interessante deles.
A menina-dos-olhos do acervo é
um Duesenberg de 1931 que pertenceu ao ator Gary Cooper.
Esqueça os fast foods. Em Sandwich prefira saborear lentamente
bons frutos do mar no The Aqua
Grille (14 Gallo Rd.) ou no Seafood Sam's (6 Coast Guard Rd.).
Se já é noite, dê uma esticada até
o cotovelo e faça um "pit-stop" no
Christian's Restaurant, em Chatham (443 Main St.). Lá, a diversão é degustar seu filme predileto.
Cada prato tem o nome de um sucesso na telona, como "O Senhor
dos Anéis" ou "Menina de Ouro".
Para beber, peça uma Sam
Adams. Um dos heróis da independência, Samuel Adams hoje é
mais conhecido do que próceres
como Benjamin Franklin e Thomas Jefferson graças ao sucesso
da cerveja que o homenageia.
Mas, se o objetivo é mesmo muvuca, o lugar certo é Provincetown, que fica no punho do nosso
mapa imaginário. Nada provinciana, a cidade foi descoberta por
intelectuais em meados do século
passado e hoje é ponto de encontro de comunidades hippie e GLS.
Não, não é preciso estar identificado com algum desses grupos
para ter o que fazer na cidade.
O comércio de quinquilharias é
enorme, principalmente de roupas, bijuterias e suvenires a preços
atrativos, como na Shirts "N" Stuff
(329 Commercial St.). Todos a
preços convidativos até para
quem tem a estranha mania de
converter dólar em real a cada vez
que coloca a mão no bolso.
(ADALBERTO LEISTER FILHO)
Heritage Museums & Gardens - Ingresso: adultos (US$ 12); acima de 60
anos (US$ 10); jovens entre seis e 16 anos
(US$ 6); crianças com menos de cinco
anos: gratuito;
www.heritagemuseumsandgardens.org
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