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VELHA NOVA INGLATERRA
Ida a Plimoth Plantation e à réplica do barco que trouxe os peregrinos é viagem ao século 17
Plymouth reproduz vida dos puritanos
DO ENVIADO ESPECIAL A MASSACHUSETTS (EUA)
A sensação ao entrar no local é
de retorno ao século 17. As facilidades da vida moderna estão bem
distantes do cotidiano dos peregrinos, que deixaram o solo europeu em 1620 para formar um dos
primeiros povoados do atual território norte-americano.
O Plimoth Plantation, em
Plymouth, cidade ao sul de Boston, foi criado especialmente para
o visitante viver a sensação de ter
entrado na máquina do tempo.
O local é uma reprodução fiel da
vila original em 1627, nos primórdios do povoado, com suas choupanas modestas, de um só cômodo, e pequenos cercados para a
criação de animais para consumo.
Há uma oficina, onde artesãos
utilizam técnicas da época para
fabricar malas, cestas e móveis.
A vila é "habitada" por atores,
que, trajados com vestimentas da
época, estão preparados para saciar a curiosidade dos visitantes
que pululam pelo local -são cerca de 500 mil por ano, de acordo
com a administração do museu.
A história dos peregrinos de Plimoth começa em 1606, em Nottinghamshire, na Inglaterra. Um
grupo dissidente decidiu fundar
sua própria igreja. Em uma época
em que Estado e religião se confundiam, a idéia era temerária.
Foram então para a Holanda,
onde não se adaptaram. Finalmente, em 6 de setembro de 1620,
zarparam de Plymouth, na Inglaterra, para desbravar novas terras.
O Mayflower 2, réplica do barco
original, que trouxe os primeiros
colonos, pode ser visitado também em Plymouth -a embarcação foi construída em 1955.
O grupo chegou a Cape Cod (cabo do Bacalhau, em português)
em novembro. Um mês depois,
iniciou a colonização local.
"Sou Stephen Hopkins", anuncia um peregrino idoso.
"Então sou sua descendente",
espanta-se Michelle, que integra
uma comitiva de estudantes.
Espantado mesmo fica o visitante brasileiro ao descobrir, pouco depois, algum parente distante,
Edward Leister, entre os pioneiros dos EUA que vieram no Mayflower, como servo de Hopkins.
Metade da população do vilarejo morreu no primeiro e rigoroso
inverno vivido na nova terra. Sem
experiência com o trabalho na lavoura, a colônia quase pereceu.
As agruras começaram a ser superadas quando os colonos fizeram contato com os wampanoags. A tribo ensinou os peregrinos a caçar, plantar e pescar.
Parte da aldeia indígena também foi recriada. Nela, é possível
descobrir as técnicas de agricultura seguidas pelos wampanoags
para o cultivo de cereais e legumes, visitar as cabanas e tirar dúvidas com "membros" da tribo.
Como agradecimento, os sobreviventes da colônia fizeram uma
grande festa na colheita seguinte.
À mesa farta de alimentos se sentaram índios e europeus. Era o dia
de ação de graças, o primeiro feriado norte-americano.
Uma exposição, na sede do museu, detalha as origens da festa e
explica seu significado para a nação. Lá, uma ampla loja traz todos
os tipos de suvenir que a mente do
turista possa imaginar. É quase
impossível sair dali sem levar uma
lembrancinha.
(ADALBERTO LEISTER FILHO)
Plimoth Plantation e Mayflower 2 -
O ingresso combinado custa US$ 24 (para adultos), US$ 21 (para pessoas acima
de 62 anos) e US$ 14 (para crianças de seis a 12 anos); www.plimoth.org.
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