São Paulo, quinta-feira, 08 de fevereiro de 2007

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UVA SEM CHUVA

Estrada tortuosa leva a mirantes andinos

Conhecido como Caracoles de Villavicencio, caminho passa por hotéis abandonados e povoados remotos

DO ENVIADO ESPECIAL A MENDOZA

O caminho até a reserva natural Villavicencio, a 50 km de Mendoza, é esburacado e relativamente perigoso. Mas as paisagens compensam desde o início. Primeiro o semi-árido; depois, a pré-cordilheira.
Na subida da pré-cordilheira, a estrada, de terra seca e mão dupla, até o topo de Villavicencio é sinuosa. O passeio começa na sede da reserva e segue para o hotel Termas Villavicencio, abandonado desde 1978 .
A atração principal é o caminho tortuoso chamado Caracoles de Villavicencio: 17 km montanha acima. Antiga rota para o Chile, é também conhecido por "caminho das 365 curvas" ou "rota de um ano". São quase duas horas para cumprir o percurso.
A estrada passa pelo mirador Estación Viejo Telégrafo, antiga estação de telégrafo; pelo El Balcón, mirante esculpido pelo vento; pela Cruz de Paramillos, erguida por jesuítas no século 17; e pelo mirador Aconcágua, a 3.100 m, de onde se avista a montanha mais alta dos Andes.

Deserto
Algumas excursões fazem o caminho de volta. Com bastante pique, a idéia é seguir deserto afora (custa, em média, 90 pesos). Mais uma hora e meia de estrada de terra com um visual inebriante, chega-se ao povoado Uspallata, um dos mais importantes da montanha. Ele fica entre a pré-cordilheira e a cordilheira frontal e é conhecido por ser sede da base do exército e de esportes radicais. Mais uma vez tem-se a impressão de estar entrando num oásis, tantas são as árvores.
Mais à frente, no sentido Chile pela rota nš 7, estrada de asfalto que corre pela cordilheira, dá para ver o pico do Aconcágua. Há um mirante para fotos.
Por todo o caminho encontram-se hotéis e estações de esqui. No verão, servem como hospedagem para as equipes de escaladas e rafting.
Um pouco antes da fronteira com o Chile há um povoado, ponto de parada para os carregadores de equipamentos e guias de excursões de escalada. Nesse local fica a Puente del Inca, formação rochosa natural. Até 1965, um hotel com águas térmicas -também naturais- funcionava no local. Uma avalanche destruiu tudo.
O passeio a Alta Montanha termina em um Cristo Redentor. O caminho de 9 km montanha acima é ainda mais sinuoso. Só é possível subir com tempo bom. O auge fica a mais de 4.000 m de altitude, na divisa com o Chile. A vista das montanhas da Cordilheira e dos vale logo abaixo é inesquecível. Mesmo no verão, faz frio, as águas ficam congeladas e chega a nevar. Na volta, existe uma cidade fantasma. Conta a lenda que ninguém consegue viver nesse vilarejo por causa do rigor do inverno. (KLEBER BONJOAN)


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