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UVA SEM CHUVA
Estrada tortuosa leva a mirantes andinos
Conhecido como Caracoles de Villavicencio, caminho passa por hotéis abandonados e povoados remotos
DO ENVIADO ESPECIAL A MENDOZA
O caminho até a reserva natural Villavicencio, a 50 km de
Mendoza, é esburacado e relativamente perigoso. Mas as paisagens compensam desde o início. Primeiro o semi-árido; depois, a pré-cordilheira.
Na subida da pré-cordilheira,
a estrada, de terra seca e mão
dupla, até o topo de Villavicencio é sinuosa. O passeio começa
na sede da reserva e segue para
o hotel Termas Villavicencio,
abandonado desde 1978 .
A atração principal é o caminho tortuoso chamado Caracoles de Villavicencio: 17 km
montanha acima. Antiga rota
para o Chile, é também conhecido por "caminho das 365 curvas" ou "rota de um ano". São
quase duas horas para cumprir
o percurso.
A estrada passa pelo mirador
Estación Viejo Telégrafo, antiga estação de telégrafo; pelo El
Balcón, mirante esculpido pelo
vento; pela Cruz de Paramillos,
erguida por jesuítas no século
17; e pelo mirador Aconcágua, a
3.100 m, de onde se avista a
montanha mais alta dos Andes.
Deserto
Algumas excursões fazem o
caminho de volta. Com bastante pique, a idéia é seguir deserto
afora (custa, em média, 90 pesos). Mais uma hora e meia de
estrada de terra com um visual
inebriante, chega-se ao povoado Uspallata, um dos mais importantes da montanha. Ele fica entre a pré-cordilheira e a
cordilheira frontal e é conhecido por ser sede da base do exército e de esportes radicais. Mais
uma vez tem-se a impressão de
estar entrando num oásis, tantas são as árvores.
Mais à frente, no sentido Chile pela rota nš 7, estrada de asfalto que corre pela cordilheira,
dá para ver o pico do Aconcágua. Há um mirante para fotos.
Por todo o caminho encontram-se hotéis e estações de esqui. No verão, servem como
hospedagem para as equipes de
escaladas e rafting.
Um pouco antes da fronteira
com o Chile há um povoado,
ponto de parada para os carregadores de equipamentos e
guias de excursões de escalada.
Nesse local fica a Puente del Inca, formação rochosa natural.
Até 1965, um hotel com águas
térmicas -também naturais-
funcionava no local. Uma avalanche destruiu tudo.
O passeio a Alta Montanha
termina em um Cristo Redentor. O caminho de 9 km montanha acima é ainda mais sinuoso. Só é possível subir com tempo bom. O auge fica a mais de
4.000 m de altitude, na divisa
com o Chile. A vista das montanhas da Cordilheira e dos vale
logo abaixo é inesquecível.
Mesmo no verão, faz frio, as
águas ficam congeladas e chega
a nevar. Na volta, existe uma cidade fantasma. Conta a lenda
que ninguém consegue viver
nesse vilarejo por causa do rigor do inverno.
(KLEBER BONJOAN)
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